quinta-feira, 28 de junho de 2012

Quando o inverno vem...


Junho vai se findando. Um dos meus meses favoritos. Comecei e terminei muitas coisas nesse mês, mas ele também me presenteia todos os anos com uma das melhores estações, porque não é segredo que pra mim, a mais linda é a primavera. Mas Junho nos presenteia com a estação do frio, dos ventos, às vezes das chuvas. 
O inverno desperta em nós o romantismo, a ideia de estarmos abraçadinhos a alguém, nos vestir elegantemente, tomar um chocolate quente, degustar um fondue. Ah, o inverno é recheado de opções. Há quem não goste do frio, há também os que vivem melhor nessa estação, dormem melhor, se vestem melhor, comem melhor. Não dá pra tomar uma sopa bem quentinha, daquelas que parecem nos abraçar e fazer carinho, no calor, não é mesmo?
Enfim, em alguns aspectos, o inverno é sempre bem vindo. 
Mas há também outro tipo de inverno. Aquele frio que não é físico, aquele que nem mesmo a mais intensa das lareiras é capaz de fazer passar, de aquecer. É o frio que chega a provocar estalactites de tão intenso. Falo do inverno que faz frio ao coração, à mente e à alma. É a resposta que não vem, o cheque que não é compensado, o contrato que não é assinado, o processo que não é liberado, o emprego que não sai, o socorro que não vem, o perdão que não é dado, a oportunidade perdida que não volta. 
Para quem passa por ele, esse tipo de inverno dá a sensação de nunca chegar ao fim. Não há agasalho que dê jeito. E ele pode durar várias estações, se o foco não estiver no Sol, no Sol da Justiça. 
Recentemente tive o prazer de desfrutar de momentos preciosos ao lado de pessoas que Deus colocou na minha vida, e uma dessas pessoas compartilhou algo a respeito da grandeza de Deus. Como pode um Deus tão grande, cuidar e amar alguém tão pequeno como a Soninha, a Maria, o Pedro, o Paulo, o Gustavo, a Mariana, a Gisele, ou quem quer que seja? Talvez se pudéssemos reunir todos os grandes nomes e grandes personalidades que já houveram até hoje, não seria capaz de chegar ao menos próximo da grandeza desse Deus. Grandeza esta, que pode começar a ser refletida por meio de um estudo que afirma que "dentro do espaço interno do sol, cabem 960mil globos terrestres". Dá pra imaginar essa dimensão?
Já me peguei pensando inúmeras vezes nessa grandeza, e me questionando também porque eu tenho que passar por invernos tão longos, quando tenho um Sol pra me aquecer e tornar tudo tão mais fácil. 
Sei que algum momento da sua trajetória você tenha questionado, assim como eu, porque alguém que só faz o bem e tem o coração em Deus passe por situações tão difíceis, invernos tão rigorosos e dores tão intensas. Talvez eu não tenha a resposta que você deseja. Talvez o inverno não passe na rapidez que você espera, mas o velho chavão ou ditado muito usado por aí que "Deus não dá um frio maior que o cobertor que Ele te dá", é bem verdade. O inverno poderá vir para você em uma área bem crítica, mas não vai além do que você possa aguentar, e velhas expressões como "Pede pra sair!" ou "Pede arrego" poderão até chegar a você, mas não preste atenção nesse tipo de vento, foque em Deus e na Sua grandeza. Não, nesse inverno, você não vai morrer de hipotermia. 
Pare e pense que o Deus grandioso, Criador das grandes e pequenas coisas, Aquele que mede o universo a palmos, e tem todos os oceanos na concha de uma das Suas mãos, está olhando por você. Sim, é Ele que faz do nosso inverno a mais linda das primaveras, e aonde havia frio, haverá somente frescor, brisa, e flores. 
Há tempo e propósito para tudo debaixo do céu, e há tempo para cada estação. 
Se é inverno hoje na sua vida, se você caiu, falhou, foi julgado, injustiçado, se alguém te rejeitou, se a porta não se abriu, se o socorro que você esperava não veio, Cristo não te deixará sofrer no frio. Há calor para você, há uma lareira acesa pra te aquecer, um suéter quentinho pra te agasalhar, um Sol da Justiça para brilhar por você.
Creia que o inverno vai passar, e o tempo de cantar chegará. 
Beeejo

Soninha Nobre



quarta-feira, 13 de junho de 2012

Não basta fazer sombra.


Quantos julgamentos a gente ouve e vê por aí. É comum ver ou conhecer pessoas que julgam a todo tempo, comportamentos, atitudes, vida e até conquistas. Nós também julgamos muitas vezes, mas isso não é correto. Não somos juízes nem de nós mesmos, tampouco devemos ser de outras pessoas. 
Seria melhor antes de julgamos, analisarmos uma questão bem prática, a questão da árvore e seus frutos. Coloco sim na 1ª pessoa do plural pra não me isentar disso e não cair novamente no terrível erro do julgamento.
As pessoas acham que é fácil ser árvore, que basta ser, dar um galho pra alguém pendurar, ou quebrar um aqui outro ali para quem quer que seja, nem que seja pra pendurar um balanço. Isso pode até fazer com que você se sinta melhor tendo se tornado alguém útil para outras pessoas, mas isso não é tudo. Não é preciso apenas ser útil, dar sombra, tornar o campo mais bonito por ser uma árvore frondosa e cheia de folhas; é preciso dar fruto. 
De que adianta ser árvore se não há fruto? 
Viver de aparências pode durar pouco... 
Seja você, e não tenha vergonha disso. Se preciso mudar, mude, se não, mantenha a transparência e seja único. Não mostre a ninguém algo que você gostaria de ser e não consegue, isso soa falsidade. Seja quem é, e se desejar ser diferente, alcance primeiramente a mudança pra depois revelar quem se tornou. 
Seja você, como for, e se o que você é não agrada a Deus e a você, mude! Seja aquela pessoa que sorri à toa mesmo quando o momento exija seriedade; a que fala alto e não consegue ser diferente; a que é sincera mesmo quando a verdade machuca; a que fala 'besteira' inconsciente, sem a intenção de ferir ninguém; a que não julga outras pessoas pelo julgamento de terceiros - conhecer alguém ainda é imprescindível; a que não vê maldade nas coisas mesmo ela, a maldade, estando estampada no rosto das pessoas; a que sabe reconhecer um erro e não tem vergonha de admiti-lo e pedir perdão; a que se cala quando preciso, e também a que continua falando mesmo pessoas tendo 'calado' a sua boca; a que consegue passar por cima do orgulho e correr atrás de sonhos, pessoas, oportunidades; a que não consegue vencer o orgulho também, mas sabem admiti-lo; a que sabe guardar um segredo, e não prejudica ninguém; a que sabe que precisa mudar em algum aspecto, não consegue, e pede ajuda; a que fala a verdade acima de qualquer situação; a que não tem vergonha de ser ela mesma; a que tem vergonha de ser e vive tentando mudar; a que é independente; a que depende também; a que é constante; a que não consegue manter essa constância, sofrendo ou não de algum transtorno de personalidade; 
As aparências falsas podem fazer com que as pessoas se aproximem de você, tornem-se amigos, mas com o tempo as películas desgastam, ou como preferir, as máscaras caem e a convivência revela quem as pessoas realmente são, e o resultado pode ser traumático: decepção, mágoa, dor e, um adeus. 
E isso pode fazer de você uma árvore doente, as folhas vão cair e te dar um aspecto de árvore em pleno outono, quase seca. Mas ainda assim, há esperança... 
"Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e o seu tronco morrer no pó, ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como uma planta." Jó 14:7-9
Mas não esqueça: Não adianta só fazer sombra, árvore tem que dar fruto! 

Beeejo
Soninha Nobre

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Quando há vontade...

Me deu vontade de escrever, e cá estou...
Já tem um tempinho que reflito a respeito de um assunto um pouco delicado e bastante questionador. Eu mesma fico me perguntando e perguntando e perguntando, tentando achar respostas, porém tenho a sensação de que elas nem existem.
Há caminhos que não se pode entender à medida que há questões sem respostas, e existem significados que nem mesmo o dicionário seria capaz de definir.
Estou falando da bendita VONTADE. Aquela que às vezes dá e passa, e aquela que dá e não passa enquanto você não a satisfaça.
Não comece pensando mal e achando que falo de certas vontades (sei que você pode estar pensando aí), e essas, pra quem puder, mate-a, e pra quem não pode, trate de vencê-la.
Falo da vontade de vencer, a vontade de concluir um sonho que se começou e por alguma razão foi interrompido, a vontade de alcançar, a vontade de esquecer, a vontade de continuar, a vontade de realizar, a vontade de perdoar, a vontade de recomeçar, de reconstruir, de reinventar... falo de vontades.
É que é difícil ir quando se quer ficar, sorrir quando se quer chorar, continuar tentando quando o que se quer mesmo é chutar o balde, o pau da barraca, jogar a toalha, desistir. Mas quando se tem vontade, a gente vai e faz!
Quando há vontade de ficar um tempo perto, a gente vence a falta de tempo, a agenda apertada, a gente mata aquela aula que não vai nos atrapalhar, a gente sacrifica os minutinhos online pra fazer uma ligação, a gente aperta um horário aqui e outro alí e corre pra fazer uma visitinha surpresa. Alguns relacionamentos precisam ser cultivados, tempo que precisa ser investido e amizades que precisam ser mantidas, e isso, muitas vezes, só se é possível quando há um sacrifício a ser feito, uma vontade a ser satisfeita.
Quando há vontade de realizar um sonho, a gente revisa o nosso orçamento, faz uma contenção nos gastos, e consegue sacrificar pra realizar. Quando há a vontade, a gente se esforça.
Quando há vontade de voltar atrás em uma decisão, mesmo que isso custe algo, a gente o faz, pois é melhor ser feliz admitindo que mudou de opinião, a tentar sustentar uma decisão que pode ter sido tomada de maneira precipitada e gere infelicidade; afinal, já dizia Pascal "só muda de opinião quem pensa".
Quando há vontade de fazer algo dar certo, a gente se esforça. Engole um pouco o orgulho e se cala às vezes, cede quando é preciso ceder, sorri quando rola alguma provocação, ignora o que precisa ser desconsiderado, e tudo dá certo. Quando há a vontade, a gente quer, faz com que dê certo.
Já procurei ser mais dura e esquecer de vez algumas coisas, já tentei ser fria e fazer de conta que não me importo, já tentei esquecer e fingir que nunca aconteceu, ou conheci, ou vivi, ou somente soube, mas a verdade é que eu sou muito mole, choro à toa e não consigo ser algo diferente do que eu já sou. Talvez seja o DNA dos meus pais que me fizeram mole demais, não tão dura quanto eu gostaria, ou talvez fosse DEUS querendo me preparar pra viver algo que realmente se fizesse necessária tanta moleza. Mas a verdade é que eu tenho muita vontade de ser um pouco mais dura em alguns casos, mas essa vontade eu mesma não consigo satisfazer.
A verdade é que existem vontades que podem ser satisfeitas, e outras, vencidas e esquecidas...

Beeeejo