sábado, 4 de abril de 2015

O VERDADEIRO AMIGO FICA PERTO



Hoje pretendia republicar um texto de um autor que gosto muito, e que retrata de uma forma tão profunda e especial este sábado que simboliza o dia pós-tragédia da crucificação e pré-triunfo da ressurreição. Um sábado do qual as Escrituras Sagradas não relatam muita coisa, ou quase nada, mas um sábado determinante para o triunfo do domingo. Vou tentar resumir um pouquinho para você... A sexta-feira foi um dia marcado pelo medo, sim, Jesus teve medo e não foi pouco não. Se ele não sentisse medo, por que oraria ao Pai pedindo que, se possível fosse, afastasse dele aquele cálice? Cálice amargo da morte. Medo. Simples assim. Deus era Deus, como continua sendo, e Cristo, como Deus também, sabia que Ele poderia sim terminar com aquela agonia, mas também sabia que era necessário, e para aquele propósito foi que Ele desceu do Trono de Glória para assumir uma vida comum, de homem comum, aqui embaixo. Um dia de medo, traições, fuxicos, injustiças, abandonos. Medo pois Ele estava a caminho do sacrifício, julgamento pelo mal que não cometeu; traição, de quem esteve ao seu lado e foi ajudado, acolhido e teve sua vida refeita; fuxicos e burburinhos pelas ruas, de questionamentos se Ele era ou não quem dizia ser; injustiça pois, a multidão que no domingo anterior O aclamou Rei, naquele dia estaria gritando o nome de um bandido qualquer ao invés do seu; abandono, a mais dura de todas, abandono pelo próprio Pai, que, por uma razão obvia, teve que virar as costas para o Seu Filho, para que aquele fato fosse consumado. Os céus sabiam que, mais tarde, 3 dias depois, Ele ressurgiria dentre os mortos, depois de tudo o que passou, Ele ressurgiria. Mas as pessoas não sabiam, a Bíblia diz que “ainda não sabiam as Escrituras, que diz que era necessário que ressuscitasse dos mortos”. (Jo 20:9), então, após a consumação da crucificação, Cristo – O Mestre, a Esperança de Israel, o Operador de Milagres – estava sem vida, morto e sepultado. E o sábado? Para onde as pessoas próximas de Jesus foram? O que fizeram? Como lamentaram? O que comeram? Como dormiram? Nada... não sabemos de nada. Sabemos que, no domingo aquelas mulheres foram visita-lo e Ele não estava mais lá, ressurgiu dentre os mortos... ressuscitou. Próximo à sepultura, estavam aquelas mulheres e sabemos também que João estava perto. E é sobre João que quero falar.

O post não é sobre Páscoa, nem sobre a crucificação, também não é sobre ressurreição. O post é sobre o poder de uma amizade.

Li um bocado sobre João, o discípulo, e vou tentar explicar um pouco como era a relação dele com Jesus. Além de discípulo, seguidor, auxiliar, João era amigo. O amigo de verdade está junto em todos os momentos, sejam de alegrias ou de crises, e João foi assim. João não só acompanhava a Jesus nas conferências, palestras, reuniões e compromissos felizes e importantes, mas como esteve presente quando a crise financeira chegou, quando o recurso financeiro não veio, quando um amigo próximo morreu, quando a tentação veio... João esteve presente em todo o tempo. Ele esteve com Jesus nas multidões, na cena da multiplicação dos pães e peixes, na ceia, mas também esteve nos momentos mais tristes, no Getsêmani, estava lá com Ele, relativamente próximo, estava na cena da crucificação... mas estava próximo também quando Ele ressurgiu. É isso que um amigo de verdade faz, fica próximo.

Para João, Jesus era o Mestre, futuro, esperança... era mais ainda, era um amigo. E a gente não abandona um amigo, a gente fica perto.

Na sexta-feira, o amigo de João foi morto e sepultado. Até então, para ele e os demais, a esperança estava para sempre perdida. Mas ele não deixou Jesus, nem morto. Não sabemos ao certo o que João fez naquele sábado, se ele fugiu com medo de uma perseguição, retaliação, se ele se uniu aos demais em vigília, sem saberem o que fazer ou para onde ir, ou se ele simplesmente dormiu. Não sabemos o que ele fez naquele sábado, mas sabemos que no domingo ele estava próximo à sepultura e que grande lição! Não abandonamos um amigo, nem quando ele se muda para outro Estado, se casa, se vai. João estava próximo quando aquelas mulheres foram ao túmulo e não O encontraram mais.

João é um exemplo maravilhoso de verdadeira amizade e de que, o que fazemos hoje, a lealdade que damos hoje, o amor que investimos hoje, a amizade que honramos hoje, enfim, o que fazemos hoje é muito importante e determinante entre a tragédia de ontem e o triunfo de amanhã.

Nem sempre entendemos um amigo, nem sempre ficamos contentes com suas atitudes, nem sempre apoiamos o que fazem, nem sempre eles nos honram como os honramos, nem sempre eles sacrificam como sacrificamos por eles, mas a colheita depende tão somente da sua semeadura.

Honre seus amigos, cuide, zele, apoie, corrija, mas, esteja perto. Em todas as circunstâncias.



Feliz páscoa, e felizes dias de grandes amizades!
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