sexta-feira, 29 de novembro de 2013

PARA UM CORAÇÃO CANSADO




Sabe aquele cansaço físico após uma corrida de 8km? Nunca correu? Ok. Então sabe aquele cansaço depois um dia pesado de trabalho que exigiu muito do seu físico? Também não? Tudo bem. Me responda então qual a sua definição sobre cansaço? Não precisa comentar aqui...quero só que imagine um corpo cansado e sobrecarregado de esforços físicos, talvez com fome e sede, ansioso por se saciar ou descansar.
Depois de imaginar um corpo cansado, você consegue visualizar um coração cansado? Eu, não só consigo, como convivo com muitos deles. E, muitas vezes, o meu já chegou a quase 'arriar' de tão cansado.
O cansaço do coração vai além do físico, e não precisa do percurso de uma corrida, de instrumentos físicos de trabalho ou coisas do tipo. Este, precisa de outras coisas, e em algumas vezes, muitas dessas outras coisas para atingir o seu cume.
O dinheiro que acaba; as tentativas que se esgotam; os "não's" frequentes; as portas fechadas; os amores perdidos; a liberdade que se foi; a enfermidade que bateu à porta; a cura que não vem; a partida de alguém que não vai retornar jamais; a solidão que se instala; a tentativa que fracassa; os sonhos que se perdem; o trabalho não reconhecido; o talento enterrado; os relacionamentos perdidos; a ingratidão que esbofeteia; a esperança que se vai.
Como estes, têm muito mais. O suficiente pra nocautear um coração, mesmo que valente. Você já esteve com o coração tão cansado, a ponto de clamar por um balsâmico que aliviasse a dor? Eu já. Muitas vezes.
E com essa experiência posso te afirmar com precisão: o cansaço passa, e, mais que isso, o coração torna-se mais forte... mais resistente à algumas tempestades.
Sabe o valor da liberdade quem um dia se viu privado dela; o valor da saúde quem já esteve aprisionado a um leito de hospital; o valor de uma amizade quem a perdeu; da família, quem se afastou; e da paz, quem tem um coração cansado, de perder o sono.
Aprendi ao longo da minha vida, que muitos medos nascem do cansaço. Ele nos esgota e nos deixa resistentes a viver novas situações, que devido a algo que deu errado um dia, nos faz sentir medo de tentar novamente.
Não conheço o grau de cansaço do seu coração, mas, não permita que o medo se instale. Há descanso e alívio para o coração de quem acredita que a esperança está a um olhar de distância e a alegria ao amanhecer. Mas, e se o cansaço impediu de acreditar? "Vinde a mim, todos os que estão cansados... e eu lhes darei descanso." (Mateus 11:28)
Todo dia é dia de provar desse descanso.
Conheço a solução para o cansaço do coração, da alma e da mente: Cristo.
Seja honesto com Ele, reconheça que precisa de alívio e abrigo, e conte a Ele seus segredos, aqueles com os quais você não sabe lidar e o deixa exausto. E posso te contar um segredo? Ele já sabe e só está esperando você pedir ajuda...
Peça e tenha descanso para o seu coração.

Beeejo,
Soninha Nobre

sábado, 16 de novembro de 2013

ESPERANÇA A UM OLHAR DE DISTÂNCIA



Certa vez, passando os olhos por um livro que havia comprado há bastante tempo, e por alguma razão ainda não tinha lido, meu olhar fixou em uma palavra. Porém antes, dei uma lida nos agradecimentos, pois o autor sempre me leva a ler as palavras tão doces, e da forma tão graciosa como menciona a sua esposa. Voltei às páginas. Só passei os olhos, em algumas delas.  
Antes de falar da palavra que atraiu o meu olhar, nas páginas daquele livro, vou transcrever um trecho especial dele:
"Em um campo de concentração, um guarda anunciou que estava faltando uma pá. Gritando com os homens, ele continuou a insistir que alguém tinha roubado. Ele preparou seu rifle, pronto para matar um prisioneiro de cada vez, até que alguém admitisse ter roubado a pá, ou apenas escondido. Como conta a história, um soldado escocês tomou um passo à frente, ficou em posição militar e disse: “Eu roubei a pá.” O guarda imediatamente atirou, e matou aquele homem. Quando voltaram ao campo, as pás foram contadas. O guarda havia cometido um erro. Nenhuma pá estava faltando.
Quem faz isto? Que tipo de pessoa assumiria a culpa de algo que não fez?"
Esse trecho me levou a refletir, como reflito agora também enquanto escrevo, como que uma pessoa pode assumir uma culpa que não é sua? Como pode alguém se colocar diante de pessoas, algumas delas que nem conhece, e assumir uma responsabilidade que não é sua?
Qual a consequência disso? E qual o retorno?
Talvez a consequência seja a morte, como a ilustrada na citação (que nem sei ao certo se é real), talvez seja o isolamento, talvez seja a perda de uma amizade, uma aliança, ou talvez nem hajam consequências, apesar de que para toda ação, há uma reação. Quanto ao retorno? Esse sim, talvez não haja nenhum, pois nem sempre há reconhecimento diante de algo que as pessoas fazem. 
Mas voltando à ilustração, e também à palavra que prendeu a minha atenção e olhar, vamos falar dela, a velha, costumeira e atual esperança.
Como você analisaria a situação da ilustração? Se estiver ainda procurando um adjetivo para julgá-la, acho que posso refrescar a sua memória, como a minha foi enquanto lia. Ele, e você sabe de quem estou falando, fez isso aí e não foi ficção. Ele assumiu uma culpa que não era sua, um erro que não era seu, e não foi apenas meu e seu, foi de toda a humanidade. Também foi morto, e, de tanto maior aliança foi feito fiador. São muitos adjetivos, um só não caberia. Mas talvez um substantivo sim defina, esperança, uma vez que uma atitude gerou uma nova esperança de dias melhores. 
Mas a esperança que vou falar, é aquela que vem de acreditar, confiar. Aquela que nos faz acreditar mesmo que tudo, absolutamente tudo em volta diga o contrário, e tenho que confessar o quão difícil isso é! 
O emprego que não vem; o contrato que não é assinado; a promessa que não se cumpre; o aumento que não chega; o resultado da prova que não vem; a gravidez que não acontece; o pedido de casamento que não acontece... enfim, são muitas coisas que acontecem para nos fazer perder as esperanças. Esperança de dias melhores, de boas notícias, de boas razões até para sorrir. 
Acontece que a demora, além dos acontecimentos negativos, nos levam a duvidar, e a dúvida casa perfeitamente com o medo, e onde há medo, a esperança não brota. 
T​alvez não tenha a resposta que você deseja para todas as dúvidas que tem fazem perder a esperança, mas posso te afirmar com propriedade que há esperança onde você menos espera encontrar. ​Busque-a em todos os lados...
Não perca aquela velha visão de que as coisas boas podem sim acontecer. Não perca o frio na barriga da chegada de boas notícias, e, mais que isso, não perca a sensibilidade de sonhar, pois os sonhos são como combustível para o realizar. 
Não perca a direção, pois sempre haverá um caminho. E lembre-se de olhar sempre para frente, pois a esperança está a um olhar de distância.

Beeejo!

P.s: Para quem quiser conferir o livro, chama-se Derrubando Golias, de Max Lucado. 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

SONHOS

Tenho uma fábrica de sonhos dentro de mim
Um pulsar que não tem fim
Todo instante uma vontade intensa
Mas o medo insiste em se instalar
Quero de dentro de mim esse medo tirar
Pois onde há medo não há como sonhos realizar.


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

SINCE 1981

Como já havia falado em outra oportunidade, chegar aos 30 foi muito esperado por mim. Idealizei essa idade como se idealiza um futuro, embora desconheça as razões. Simplesmente achava lindo esse par de números e almejei com paixão chegar a ele.
É estranho ver os anos passarem, e preciso confessar que depois dos 20 eles passam muito rápido; acho que de alguma forma inventaram uma nova contagem de horas, dias e anos pra depois que se completam a tal duas décadas, e essa velocidade é assustadora!
E como diz um blog do qual sou leitora assídua: de repente trintei! E cá estou vivendo a minha fase balzaquiana de uma forma muito especial. Não, eu não tenho 30 anos, já passei deles há alguns meses, estou beirando os 32 e acho que parei de contá-los com tanta seriedade. 
Projetei muitas e muitas coisas pra essa fase, e pretendo viver de forma intensa cada uma delas. Fiz planos, muitos deles, talvez planos demais para uma pessoa só, apesar de alguns deles terem sido feitos para compartilhar com outras pessoas. (que romântico!)
Ouvindo algumas balzaquianas (sim, só ouvi mulheres), algumas me disseram que, com o passar dos anos se tornaram intolerantes a alguns comportamentos, opiniões e situações; outras disseram que ficaram mais quietas e caseiras; algumas se casaram e tiveram filhos; outras continuam solteiras; umas trocaram uma carreira por mamadeiras e papéis de esposas dedicadas; algumas conciliaram tudo isso, outras largaram mão de constituir uma família para arriscar algo novo; outras juntaram quase tudo isso e são completíssimas. E eu? Eu não fiz quase nada disso aí e mesmo assim me sinto muito livre, e preparada pra viver algumas delas!
É também engraçado o que o tempo faz com a gente, eu que sempre tive temperamento um pouco explosivo, conforme crescia, em estatura, conhecimento e maturidade, fui me tornando um pouco diferente. ( menos bomba atômica e mais reflexão)
Não, não me tornei em tão pouco tempo um ser humano evoluído de comportamentos brandos, mas diria que um pouco menos colérica que antigamente. Aprendi que refletir antes de algumas atitudes evita muitos aborrecimentos, e ferimentos também. Um tratamento de relacionamentos feridos custa muito mais caro que o investimento em novos, como jardins. Ainda estou aprendendo, e à duras penas, que calar é muito, muito precioso. E juntamente com isso tenho aprendido também a selecionar as minhas boas palavras e sentimentos, e os receptores deles também.
À medida que vou me esforçando a aprender, exercito cada vez mais a tolerância, embora não seja nada fácil...
Sigo essa década boa da minha vida bem consciente do que não vivi, do que estou vivendo e do que não só pretendo viver, como do que posso me sujeitar a viver, tendo planejado ou não e esperado ou não.   
Sempre tive minha mente e coração abertos a novas experiências, porém agora é diferente, essa abertura é cuidadosa embora intensa. As coisas vão começando a ficar contraditórias quando decidimos abrir o coração e mudar de ideia, e não é feio mudar de ideia, só muda quem pensa! (já dizia Pascal)
Mas contraditórias, por quê? Porque conforme a gente vai crescendo passamos a gostar de algumas coisas que não gostávamos antes, freqüentar lugares que resistíamos ir, variar a leitura e até os hábitos. Exemplo disso é ter detestado chocolate branco a vida toda, e agora descobrir uma paixão por ele, que na verdade acho que já era latente.
Essas mudanças tornam-se naturais, e não são ruins. E sigo mudando de ideia, e sempre, e uma vez mais...
E o bom de crescer é que a gente sorri das coisas bobas que nos fizeram mal um dia, não eram bobas na época, mas quando crescemos tiramos a famosa lupa que usamos por tanto tempo, ampliando tanta coisa pequena. E sorrir de nós mesmos é tão saudável (e engraçado), e alivia na gente aquela dor que a maturidade também nos causa, afinal, crescer dói! 
É tão simples e normal ser feliz, e é isso que devemos buscar todos os dias. Ser feliz e fazer pessoas felizes; doar; amar ao próximo e tentar tornar leve os dias. Costumo sempre dizer que a vida é muito curta para se tomar cafés ruins, então, vamos ser felizes minha gente! 
Não sei o que o destino me reserva, mas sei nas mãos de Quem ele está, e sigo feliz, escrevendo e distribuindo amor por onde passo, pois entendo a tamanha semeadura que é a minha vida e pretendo colher muitas coisas boas adiante.

Beeejo!
Soninha Nobre   

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Pra falar de amor...

Hoje o sol está tímido, o céu promete água e os profissionais da meteorologia já soltaram rumores de chuva. Já eu? Eu quero é falar de amor!
Já escrevi algumas vezes sobre ele, mas sempre vale à pena escrever novamente, e falar, e sentir e viver tudo o que se trata de amor. 
Já me apaixonei diversas vezes quando criança, adolescente, e na idade adulta me apaixonei também. Expressei os diversos tipos de amores, e de várias formas. Fiz cartinhas e cartões para o menininho que eu amava, joguei pedrinhas no rapazinho que me interessei no despertar na adolescência, me declarei para o rapaz que achei lindo e achei que amava, e também disse ao homem que amei o tamanho do meu sentimento. 
Hoje, não amo ninguém, e espero tão breve amar e ser amada também. 
Quem nunca se apaixonou  por um personagem de ficção? Eu já! Me apaixonei na esperança de conhecer alguém parecido. Fantasioso e doentio, talvez, mas já fiz isso. 
Qual mulher, ou homem também, não gostaria de ouvir palavras como: "Estou apaixonado por você, você é o amor da minha vida. Cada gesto meu é controlado pelo seu olhar. Eu não posso respirar sem você. Eu não consigo dormir sem você. Eu espero por você, eu vejo você, eu existo para você!". Exagerado né? Palavras de um personagem da ficção pelo qual me 'apaixonei' e espero de verdade ouvir isso um dia, lógico que dentro da minha realidade. 
Jovem, balzaquiana, da idade da loba ou mais, não perca a sensibilidade de se apaixonar novamente, e novamente e novamente se preciso for, sem se machucar e sem machucar ninguém. Ame, e se acabar de uma forma que venha a doer em lugares que você nem sabia que existia, peça a Deus força para seguir e, lá na frente, se arrisque a amar novamente.
Todos merecem ser felizes ao lado de uma pessoa, fazendo-a feliz, mutuamente, é assim que funciona. Quando focamos em fazer alguém feliz, esse alguém nos fará feliz também pois esse também será o seu foco. 
Comece fazendo certo e diferente das vezes que deu errado pra você, e isso serve pra mim também. Comece se completando, por si só, não buscando ninguém para te completar. Acredite, buscar alguém que nos complete é a pior balela que existe! Quem não é completo sozinho, não vai achar ninguém que o complete, pois não devemos esperar das pessoas o que só nós podemos nos dar, e Deus também. Por esta razão, corremos o risco de agir com injustiça exigindo das pessoas os que elas não podem nos oferecer, e pior, julgando-as por isso. 
Comece também respeitando os limites das pessoas, sabendo que há diversas formas de demonstrar amor, e que ninguém é igual a ninguém. Sou intensa e posso amar alguém que não seja tanto quanto eu, que não fale de amor como eu gostaria que falasse e que não demonstre com tanta firmeza tanto quanto demonstro, o que não quer dizer que essa pessoa não ame. Existem pessoas que não são tão boas em demonstrar amor, e isso também é uma forma de amar. 
Seja leal aos seus princípios e sentimentos. Ceda quando necessário, sem perder suas convicções. Diga a verdade sempre, mesmo que dura, porém procurando as palavras e o momento certo para não ferir ninguém. Seja fiel. Reconheça as qualidades e saiba alertar acerca dos defeitos, sem magoar. Invista no relacionamento compreendendo e procurando se fazer compreendido. Ouça. Analise. Entenda. E se não entender, exponha e converse. Melhore a cada dia, pois o amor verdadeiro te faz querer ser melhor do que você já é; É esse o sentido. Se você já ama alguém, apaixone-se novamente por esse alguém, todos os dias. Ajude a construir um amor verdadeiro, daqueles que tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 
Quem não quer um amor assim? 
É esse amor que eu quero pra mim, e é esse amor que eu desejo a você. 



Beeeejo!
Soninha Nobre

sábado, 31 de agosto de 2013

VERGONHA ALHEIA QUE TAMBÉM É MINHA



Hoje é um dia diferente. Acordei cedo, me preparei pra ir ao trabalho e no caminho comecei a pensar nos últimos acontecimentos da minha vida. Ela, minha vida, não dá um livro ou um filme muito bom, não por não ter vivido ou viver coisas extraordinárias, pois vivi e continuo vivendo, mas por não ter a coragem de expor algumas coisas que me fazem sentir vergonha. Isso. Vivi e compartilhei de coisas que me deixam hoje envergonhada. Mas pela primeira vez em 31 anos vou relatar umas vergonhas alheias que também são minhas.
Leia até o final para que não hajam julgamentos precipitados. 
É com muito pesar que exponho algumas vergonhas a vocês:
Gente interesseira, que se aproximam de outras por possuírem algo que as beneficie. A minha vergonha foi ter conhecido e convivido com esse tipo de gente.
Gente mentirosa que tentam fazer de mentiras verdades absolutas, enganando outras e fazendo-as vítimas de suas inverdades. A minha vergonha foi ter acreditado nesse tipo de gente e em algumas vezes, em suas mentiras.
Gente mascarada que não conseguem ser elas mesmas. A minha vergonha foi não ter percebido o quão mal feitas eram essas máscaras e não ter tido a coragem de desmascará-las.
Gente com caráter defeituoso, ou sem nenhum. A minha vergonha foi ter aberto as portas da minha vida, da minha casa e compartilhado do meu melhor que é a minha família com esse tipo de gente que quase, por um fio, conseguem disseminar o seu veneno. 
Gente aproveitadora. A minha vergonha foi ter aberto mão de tantas coisas pra ajudá-las mesmo elas nunca tendo dito SIM para mim ou para os meus.
Muitas vergonhas e me sinto envergonhada só de lembrar de todas elas, mas há algo que alivia a minha vergonha, é saber que eu sou diferente do tipo de gente que expus, e de suas vergonhas, e que, na pior das hipóteses, eu só acreditei que fossem diferentes. 
Resultado? Tornei-me, apesar da vergonha, mais forte para resistir a alguns tipos de enganos e mais inteligente ao detectar algumas delas. 
Essas palavras não soam em tom de amargura, soam como alívio por ter a cada dia a oportunidade de podar os galhos secos da minha árvore.

"O galho seco é ladrão de espaço. Atrapalha a produção do arvoredo. Torna feia a árvore bela. A poda é dolorosa, mas necessária." Odair Alves

Beeeejo!

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Cidadã Brasileira sim, mas decidi não ir às ruas!

Antes de começar a ler, entenda que é a minha OPINIÃO, minha, só minha! Não quero aceitação, e sim, respeito!
Poderia começar esse post dizendo: Olá companheiros, meus amigos militantes, protestantes (e não tem a ver com cristianismo!) ou não cumprimentar de forma alguma, e honestamente escolho a última. 
Não, não fui às ruas protestar pelos R$ 0,20 que grande parte das pessoas que foram nem sabe o que significa. Não coloquei uma máscara do anonymous e nem me vesti da bandeira da minha Pátria. Sou contra a PEC 37 não por ir na 'onda' de protestos que seguem, mas por ter o hábito de ler e procurar conhecer o que se passa no meu país. Se fui às ruas me unir aos incontáveis brasileiros que estão indo? Não fui, não vou, não sou contra e não quero delongas justificando o meu ponto de vista. Acontece que eu não estou com saco para tanta crítica, julgamentos e nem frases com tom de soberania, além das imposições de opiniões que deixam de ser opiniões e passam a ser, ou tentar ser, verdades absolutas. Definitivamente, eu não estou com saco!
Por não protestar com a intensidade que muitos gostariam que os demais protestassem, ou acham que protestam - pois até aonde me consta o protesto válido vai muito além de um rosto pintado, palavras de ordem (vulgo, gritos de guerra) ou frases de impacto impressas em cartazes produzidos com diversos tipos de artes. Isso tudo é muito válido, mas protestar não é só isso - mas por não protestar fui e sou julgada o tempo todo.
Eu protesto de várias formas, e a mais válida de todas faço a cada 4 anos de uma forma secreta, porém revolucionária. Pouco? Talvez exista quem acha, eu, não acho que seja pouco. 
Por não me unir às milhares de pessoas do meu país e ir às ruas, fui chamada de coisas que até achei graça, mas que no fundo me levaram a analisar o quanto a coisa vem mudando de figura. Não tenho o direito de generalizar, longe de mim, até mesmo por que conheço a conduta e caráter de muita gente que leva tão a sério todos os tipos de manifestações de democracia, desde sempre. Mas não entendo por que classificar as pessoas nessa luta por classe social, partido político ou sei lá o que. Talvez a verdade seja que eu não entenda nada disso, e não me envergonho nadinha por declarar isso. 
Mas pense comigo, há classe social para quem quer um país melhor? Há partido, lado ou sei lá que diacho isso quer dizer, para quem quer o melhor para os seus e a sua geração? Se sou de esquerda, de direita, de banda, de frente, de costas, isso muda a minha vontade, o meu desejo, a minha indignação diante das coisas que me cercam?
Se eu tenho o meu carro, se frequento lugares caros, se viajo com frequência e se dou uma parte da minha fortuna para a igreja ou para que fim que seja, isso me torna um ser humano com um menor senso de justiça? 
Se eu não fizer uso da saúde pública, do transporte público ou da educação pública, se assim posso dizer ( o que não é o meu caso minha gente, quero que fique claro), isso me tornaria menos cidad? Um cidadão com dinheiro, não que seja o meu caso, apesar de trabalhar muito pra isso, mas se o cidadão possui os seus bens pelo suor do seu trabalho, pode ser considerado um 'burguês' e não se importar com o que vem das autoridades, a corrupção, as leis absurdas, impostos e mais impostos? 
Não vou às ruas, e não me julguem por isso. Cheguei a planejar ir, até chamei amigos e todos eles se animaram muito, mas hoje decidi não ir mais. 
Decidi não ir quando vi cabeças pensantes julgarem mal e criticarem quem acabou de chegar do mundo da lua e se deu conta do que se tornou o país e resolveu ir às ruas pela primeira vez; decidi não ir mais, quando vi tamanho despropósito de tons arrogantes que só criticam o atual governo e não olham pro próprio umbigo, umbigo esse que também é corrupto e sonega impostos, fura filas, burla, infringe leis e adora usar um jeitinho brasileiro, não generalizando, novamente, mas isso conta demais; desisti de ir, mas continuarei dando uma força e apoiando de coração quem estiver nas ruas, mas eu não estarei lá; desisti de ir quando me dei conta que ano que vem tem eleições e que eu devo pensar e pensar com muita calma o que fazer com o meu precioso e decisivo voto. Sabe por quê? Por que o voto de cada um é decisivo, e essa é a verdadeira revolução. 
Há quem não acredite, mas paciência! Pois paciência é o que venho tendo ao ignorar indiretas imbecis nas redes sociais, estufar de peitos e ar de superioridade por saber, entender ou pensar saber e entender de tudo. 
Mal sabem essas pessoas que inteligência e sabedoria diferem-se demais. 
Gente que pensa ser inteligente por ter feito ou por fazer faculdade. Quanta burrice! 

​Soninha Nobre
Brasileira
31 anos
Não formada. Estudante de Publicidade com matrícula da faculdade trancada.

domingo, 16 de junho de 2013

Desconfie!

A vida da gente é cheia de fatos curiosos. Uns interessantes, outros engraçados, outros nem tanto, e alguns, só alguns ruins. Não importa como eles sejam, mas lá no fundo, todos trazem consigo um pouco de aprendizado ou uma pilha deles. 
Estava hoje refletindo sobre alguns acontecimentos da minha vida, e observando o que pude extrair deles e após um balanço cheguei à conclusão que nem tudo o que extraí foi bom.
Extraí força de situações que exigiram isso de mim. Passei por situações de perda, e a pior delas foi ter perdido o meu avô amigo. Acho que a maior dor que senti até hoje. Doeu em lugares que eu nem sabia que existiam, mas os cacos foram juntados e encontrei força, melhor, Deus me deu força e foi algo que consegui extrair de uma situação, pra mim, terrível. Algo bom, força é algo muito bom. Extrai sorrisos de situações inusitadas, engraçadas ou até mesmo ridículas, e extrair riso é algo bom, muito bom. Extraí aprendizado de situações que me ensinaram; aquelas que a gente não sabe como resolver, pra onde correr, ou aonde se esconder, mas que somos obrigados a aprender, na força! 
Enfim... É possível extrair algo bom, de vários tipos de situações. Mas também é possível extrair coisas ruins, e essas, nem sempre fazem mal à gente.
Extraem-se coisas ruins quando nos relacionamos com pessoas que mentem, nos fazem sofrer e usam o nosso melhor para tirar algum proveito. O que podemos extrair de ruim dessas situações é a insegurança. Aparentemente insegurança é algo ruim e que nem sempre trazem bons resultados, exceto quando ela faz com que prestemos mais atenção aos sinais que esse tipo de pessoas costumam emitir. Sim, os que mentem, que fazem sofrer e que se aproveitam das qualidades de outras pessoas, costumam emitir sinais que, só percebem aqueles que se sentem inseguros para confiar, acreditar ou depositar algum tipo de expectativa. Nesses casos, a insegurança é algo bom, que nos deixa bem espertos. 
Outra coisa ruim que podemos extrair é a desconfiança. É ruim que as pessoas desconfiem da gente, das nossas intenções ou do que nós falamos. Mas a nossa tarefa é quebrar isso e fazer com que as pessoas tenham motivos para confiar, acreditar principalmente em quem nós somos. Mas acontece que quando batemos de frente com aquelas situações anteriores, aquelas mesmas de nos relacionarmos com pessoas quem mentem, têm a intenção de nos fazer sofrer ou se aproveitarem de nós para conseguirem algo, a desconfiança vem e pode nos livrar de uma série de aborrecimentos.
Não estou dizendo que você deva se sentir inseguro e desconfiar de tudo que o cerca ou venha a se aproximar de você, mas um pouco de cautela sempre é bom.
À medida que aprendemos isso, evitamos muitas coisas desagradáveis. Algumas mentiras já não têm espaço, as promessas enganosas já não colam e as coisas fluem melhor, com mais verdade.
No mais, tenho algumas coisas a te dizer: 
1-    Aprenda alguma lição; 
2-  Extraia algo bom das situações; 
3-  Se for extrair algo ruim que seja para aprendizado, e esse nunca é demais; 
4-  Seja cauteloso; 
5-    Desconfie algumas vezes, isso não é de todo ruim; 
6-    E seja feliz, em tudo! 

Beeejo!

domingo, 9 de junho de 2013

Em apenas um olhar



Depois de alguns anos trabalhando em tantos casamentos, me acostumei. Me acostumei com os arranjos florais, as lapelas, os vestidos longos e elegantes, as daminhas tímidas, as madrinhas empolgadas com o bouquet, o glamour das plumas, o brilho das pedras e paetês e o nervosismo e ansiedade da noiva. Me acostumei a escrever os discursos e ver a emoção estampada na face das pessoas ao ouvi-lo. 
Me acostumei a manter tudo em perfeita ordem, a saber lidar com a irritação de uns, o nervosismo de outros, a falta de profissionalismo de poucos e até com algumas surpresas, boas ou desagradáveis. Me acostumei a me aguentar 6 longas horas ininterruptas sobre um salto alto, mantendo a elegância e a pose para garantir que tudo estivesse bem. Me acostumei a me esconder um pouco na cozinha e compartilhar de umas boas gargalhadas com a turma do buffet, a ouvir reclamações e na maioria das vezes lindos e reconfortantes elogios. Me acostumei com os depoimentos posteriores dos noivos satisfeitos. Isso, dinheiro algum paga.
Diante de tudo isso, e dos incontáveis encontros com os noivos antes do grande dia, mesmo tendo me acostumado, há sempre muita emoção envolvida, e há sempre uma nova forma de se emocionar. 
Enquanto para muitos o ápice da cerimônia é o momento em que a noiva - ao som da marcha nupcial ou qualquer outra sinfonia escolhida - avança rumo ao altar, para mim, o ápice é o olhar do noivo no momento em que a avista. Há tensão, ansiedade, curiosidade, amor, muito amor envoltos nesse momento singular.
É um momento mágico. Todas as vezes paro para observar esse momento, esse olhar. Antes, sempre peço aos fotógrafos que registrem isso, mas na maioria das vezes as lentes devem estar voltadas para a estrela do dia.
Vez ou outra consigo sentir o que ele sente ao contemplar o seu futuro, em um único olhar. 
Não sei explicar bem, mas posso sentir - tudo bem que em uma proporção milhares de vezes menor - o que Ele vai sentir quando vier me buscar. Aí sim, posso voltar o meu olhar e atenção para a noiva, e imaginar como me sentirei estando em seu lugar. 

Beeejo
Soninha Nobre

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A vida é muito curta para tomar cafés ruins.


Planos, quem não os tem? 
Quando pretende-se comprar algo, faz-se planejamento orçamentário. Quando o plano é uma viagem, planeja-se tudo, desde os custos ao roteiro. Se for se casar, o planejamento é super, mas super detalhado, bem complexo. Ter filhos? O planejamento é bem mais minucioso do que imagina-se. Abrir um negócio e fazê-lo deslanchar, é planejamento estratégico, operacional e bla bla bla! 
Para quase tudo se faz planejamento, e há planejamento para quase tudo! 
Acontece que nem tudo na vida sai à maneira que planejamos. Nem sempre pensamos nos prós e contras dos planejamentos traçados. 
Trânsito difícil. O trancamento inesperado na matrícula na faculdade. Os "nãos" da vida. Algumas portas fechadas. A cobrança da sociedade por um posicionamento diante de algumas coisas. A prova que não foi boa. O carro que foi batido. Os quilos a mais. Os cifrões a menos. 
Enfim, muitas coisas para se pensar. Isso quer dizer que há planejamento até para se planejar. 
Se fosse preciso tirar algumas horas para fazer um check list de coisas que devem-se rever na vida, essas ultrapassariam a marca das 24 horas de um dia, seria preciso um com mais de 100 horas. É muita coisa para se rever, muito detalhe para cuidar, muitas coisas com que se preocupar.
Mas a realidade é que se formos planejar tudo, minuciosamente, não viveremos, planejaremos. 
Diante de tão complexa necessidade de ver e rever o que fazer, ou não, mais do que nunca precisamos atentar às coisas boas da vida. 
Olhar pro bom e deixar o ruim pra lá. Fácil? Não. Necessário eu diria. Afinal, morre cedo quem não vive o melhor da vida, perde tempo quem não enxerga o lado bom das coisas, sofre mais quem vê cinza onde há mais cor do que os olhos podem enxergar. 
Melhor olhar para os "sim's" do que se ater aos estragos dos "não's"; melhor é aproveitar estar de frente para abraçar, do que pensar em quando alguém te virou as costas; melhor é reter o que foi vivido de bom do que remoer as mágoas e agruras passadas; melhor é perdoar do que se perder em meio à lembrança das palavras que foram ditas, ou das que não foram; melhor é guardar com carinho as boas recordações do passado, e fazer com que essas sejam superiores às ruins, e estas nem serão lembradas; melhor é recomeçar algo que não saiu como planejado, do que desistir e se cobrar por isso por todo o sempre. Não importa se não deu certo uma, duas ou mais vezes, importa é que há sempre um novo dia para tentar novamente, e acertar; melhor é deixar que te julguem por ter o coração mole e apostar na mudança das pessoas, do que endurecê-lo e esperar sempre o pior delas. 
Melhor mesmo, é viver o melhor de tudo, sempre que possível. 
Afinal, a vida é muito curta para tomar cafés ruins.  

Beeejo!

segunda-feira, 6 de maio de 2013

O amor de filmes e séries.

Helena e Estácio ( Helena, de Machado de Assis ), Elizabeth e Mr. Darcy ( Orgulho e Preconceito, de Jane Austen) e Olivia e Fitz ( Scandal, de Shonda Rimes)


Todos nós, pessoas adultas e vividas - ou não - já conhecemos o que é o amor. Alguns de nós viveu intensamente e vive até hoje um amor desses, outros, viveram um certo amor por um tempo e hoje já não vivem mais. Há aqueles que acham que nunca conheceram o amor de verdade, e há também aqueles que já conheceram e se orgulham disso. Há os que acham que o amor jamais acaba, e há também os que afirmam com propriedade que amaram pra valer, mas acabou. 
E diante de tudo que já foi vivido, e ouvido falar, chega aquele dia em que você começa a pensar que tudo o que sabe sobre o amor, é o que viu nas séries e nos filmes. Que o amor é diferente da forma com que as pessoas demonstram sentir, apesar de nem todas elas demonstrarem o que realmente sentem.
Acredito que o amor move muitas coisas, porém muita gente ainda não entendeu o que realmente é o amor. 
Sou romântica congênita. Sou amante dos romances, mesmo que na ficção. Já vi todos os romances em filmes desde 'O vento levou' à "Diário de uma Paixão', e chorei absurdamente em todos eles. Li 'Helena' de Machado de Assis mais de 10 vezes, e sofri ao ler, todas elas. Sei todas as falas de 'Orgulho e preconceito' e na minha opinião Jane Austen foi a melhor romancista do mundo, e já me apaixonei pelo presidente dos EUA, Fitz, em Scandal. Ainda sonho um dia conhecer a sua Inglaterra e Verona de Julieta, de Willian Shakespeare e Washington DC de Olivia Pope. Mas não fico só na ficção não, ainda que muitas delas tenham base em fatos reais. 
Conheço lindas histórias de amor que duram à parecer eternamente, mas também conheci outras, belíssimas também, que simplesmente acabaram. 
Há muitas contradições e discussões a respeito da expressão de que 'O amor jamais acaba'. Algumas pessoas defendem ser apenas o amor de Deus que não acaba jamais, outros, dizem que o amor que é amor pra valer, jamais acaba. Já eu acho que o amor, sem o amor, se acaba. Ninguém ama sozinho e o amor é muito mais que um sentimento, é respeito, é reciprocidade, é sacrifício, é leveza, é compreensão, é desinteresse. Isso mesmo, desinteresse. É amar como se o outro não tivesse nada, absolutamente nada a oferecer, a não ser o próprio amor. Mas ninguém vive só de amor, não é mesmo? Aí entra mais uma série de coisas. O amor é calar, é expressar, é aceitar... e uma série de coisas mais. 
Certa feita escrevi, em algum post neste blog, que amar é estar perto, é a dor de se estar longe e que é algo tão intenso, que em alguns casos até deixar é amar.
Amar também é deixar, é deixar o outro ir quando não se quer mais estar perto, é deixar até mesmo, acabar. 
Não basta só amar por amar, é preciso amar por completo. 
Amar os defeitos, as manias, os costumes. Amar a família, os amigos, o trabalho, a profissão do outro. O amor, à medida que nos faz lutar muito por algo, é capaz também de nos fazer abrir mão, mesmo que isso traga dor. O amor nos faz crescer e entender que amar é muito mais complexo do que entendíamos ou pensávamos ser. 
O amor é muito flexível, até em seu significado. O que é pra mim, pode não ser pra você, e o que é pra você, pode passar a ser pra mim. A verdade é que cada um vive o amor que se permite, um amor à sua verdade e realidade. 
É amor de Deus, de pais, de irmãos, de amigos, dos amantes. Amor. Amor é amor, e sem o amor, nada é o que parece ser.  
Citei mais de 30 vezes a palavra amor nesta postagem, mas a única verdade absoluta que sei a respeito dele é que ele tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 

Muito amor pra todos nós, em tudo! 

Soninha Nobre

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Seguir para o prêmio


Exemplo que inspira! 

“CONSEGUI TERMINAR MEU 1/2 IRONMAN!”
(Wilbert Golden Batista)



O começo.

Com a cabeça “fresquinha”, pois minha corrida foi ontem, resolvi escrever e deixar meu depoimento acerca do desafio vencido. Talvez, ajude alguem ou motive aqueles que nunca fizeram uma prova desta, mas pensam um dia fazer. Antes, alerto: apenas transcrevo minha experiencia, uma vez que não sou especialista em
nada, sou apenas um curioso aprendiz de 54 anos.

Há exatamente 11 meses atrás comecei a praticar o Triathlon, convidado ou induzido, não sei, por um amigo, o Dudu, que também nunca havia feito este esporte. Fiz alguns Shorts (750 mts natação, 20km Bike e 5 km corrida) e depois fiz um Olimpico (1500 natação, 40km bike e 10km de corrida). Resolvi testar meus limites e inscrever-me na prova do Endurance, aqui em Brasilia, que são exatamente as medidas do famoso Triathlon 70,3 ou 1/2 Ironman, cuja distancias são: 1900 mts natação, 90km de bike e 21km de corrida.

O preparo.

Depois de inscrito, faltando pouco mais de dois meses para a prova, intensifiquei (disse intensifiquei e não comecei) meus treinos. Tres horas por dia. É aqui que se exige uma boa orientação (nutrição e assessoria esportiva), foco, força e fé. Os treinos, normalmente, são mais difíceis e enfadonhos do que propriamente a competição. Eles precisam ser diários e muitas vezes sem local adequado para se treinar, principalmente o ciclismo. O dia da prova é diferente, tudo organizado. Quanto aos resultados, eles virão como reflexos de seus treinos, e de como seguiu a planilha, mas uma coisa é certa: Todos que conseguem terminar uma prova desta são, certamente, vencedores, venceram limites.

Faltando dez dias para a prova, comecei a diminuir a intensidade de meus treinamentos para poder descansar os músculos e estar em boas condições. Devo deixar registrado que, também, dediquei atenção especial a alimentação. Alguem disse, com muita propriedade, que um triáthlon não é dividido apenas em três modalidades, mas em quatro: NATAÇÃO, CICLISMO, CORRIDA E NUTRIÇÃO.

A grosso modo, diria que evitei gorduras, pois ela em excesso podem limitar a capacidade de esforço no dia da prova e ingeri muito carboidrato (não em quantidade, mas na periodicidade - a cada duas horas). Nestes dias não se pode preocupar em ganhar um pouco de peso, porque o mais importante é acumular a energia no carboidrato, que é a principal fonte utilizada neste tipo de prova. E, claro, muito liquido. Sempre andava com uma garrafinha de agua e quando pudia descansava com as pernas para cima, que faz parte do treino.

A véspera da prova.

Chegando a noite, da véspera da prova, organizei tudo, meticulosamente. Tudo separado, por modalidade, cada coisa em seu devido lugar. Mesmo assim, fiquei muito ansioso. Sempre parece que esta faltando alguma coisa, mas também estava nervoso pela expectativa do novo, da inexperiência, afinal nunca havia feito nenhuma prova que chegasse perto das distancias que teria de percorrer no outro dia.

Não tem como não deixar de pensar no esforço aeróbico contínuo por mais de cinco horas que deveria me submeter. Realmente isto trazia-me ansiedade. Por outro lado, devo dizer que havia muito “auto confiança”. Havia treinado bastante e sabia que nunca estivera em uma fase física tão boa, mesmo que tenha acontecido aos 54 anos.

E quando chegou a hora de dormir..... hum (vixi).... Como dizia um colega: “ - Durma bem na anti-véspera da prova, porque na véspera ninguém dorme”.

O dia da prova.

Coloquei o despertador para tocar as 4:45 (a largada seria as 07 hs), no entanto as três e meia acordei e não conseguia mais dormir. Fiquei deitado, bebendo agua e aproveitando para descansar o corpo e recapitulando tudo que deveria fazer nas próximas horas. Finalmente chegou a hora, levantei-me para tomar meu café (2,5 horas antes da prova) com aproximadamente 800 calorias, uma vez que iria precisar de 7000 calorias na prova.

Chegando ao local, vc já entra em clima diferente, um calafrio gostoso – admito! Vê amigos, equipamentos e uma galera muito sarada e, normalmente, com bons hábitos. E tudo pronto para a largada.... quer dizer, nem sempre esta tudo pronto, pra todo mundo, basta dar uma chegada ao banheiro. Ali é um dos raros lugares no mundo onde se vê uma longa fila para se usar o vaso no sanitário masculino. Antes da largada é um local muito concorrido por conta da adrenalina.

A Largada – NATAÇÃO.

As 6:45 mergulhei, com a temperatura de 16º, nas aguas do Lago Paranoá, para um breve aquecimento. Com roupa de neoprene, não senti frio. Poucos minutos depois das 07 horas foi dada a largada. Decidi largar no meio do bolo..... na verdade mais parecido com um cardume. Ali, no meio, é um lugar onde voce apanha e bate, sem intenção, claro! Neste momento seu nado não rende porque esta tudo apertado, sem espaço. É hora também de tentar se proteger, cada um tenta achar seu espaço. Por isto não dá para dar braçadas longas, o que só acontece depois da primeira boia. Dali em diante tudo começa a se encaixar, fica bem melhor. A natação em aguas abertas tem sido a dificuldade de muitos atletas. Alguns não se sentem bem, tem pânico, talvez por ser local aberto e profundo. A sugestão que dou é procurar não pensar no que pode dar errado, isto só piora. Ao contrário, pense em fazer uma boa prova, curtir e aproveitar cada momento. Eu, particularmente, não fico pensando no que pode dar errado, mas olho para o sol, para as aguas, vejo até as pessoas que estão as margens. Na verdade tento deliciar-me daquele momento sem perder o foco. Este é o único momento da prova que usará a força de seus braços, então use-a com intensidade e preserve as pernas para as outras duas etapas que virão a seguir.

Nos últimos metros da natação geralmente é muito bom. Voce pensa, puxa já estou terminando uma etapa, além do que voce ouve, pela primeira vez as pessoas te apoiando. Não consegui ver minha esposa no meio da multidão, mas ouvi sua inconfundível voz gritando: “ - Vai amoooorrrrr...” E eu obedeci: “- Tô indo!”

Quando se esta completando, nos últimos metros da natação é recomendável que se bata as pernas um pouco mais forte, isto serve para acorda-las para trabalhar. É hora de focar no que irá fazer na transição. Um Triatlhon precisa ser feito com bom planejamento. Cada detalhe da transição precisa ser feito com precisão. Precisa-se pensar no que vai usar, comer ou beber. Tudo guardado de maneira fácil e estratégico para a próxima etapa.

Também é normal, alguns sentir tonto ao sair da agua. Já aconteceu comigo. Isto acontece porque o coração, que estava bombeando o sangue na horizontal, passa, repentinamente, a bombear na vertical, que é a nova posição do corpo. Segure-se, pois em questão de segundos tudo volta ao normal e “sebo nas canelas”.

O ciclismo.

Terminada a primeira etapa, saí para pedalar os 90 km. Conferi minhas caramanholas (garrafinhas) se estavam cheias de bebida esportiva e agua. Minha meta era consumir pelo menos 500ml de líquidos por hora de prova além de um sache de gel (GUN). Segui a risca. Aprendi algo que não se pode errar: Não deixe acabar o combustível para só depois abastecer. Mantenha o tanque cheio.

Em nenhum momento senti alguma dor ou mesmo fadigas. Sabia que se sentisse tonturas, náuseas, arrepios, poderia ser sintomas de glicemia baixa ou mesmo uma desidratação, então, cuidei em todo tempo para que isto não acontecesse. Foi perfeito!

Em cada volta eu sentia-me mais motivado, por dois motivos: Em primeiro, porque a contagem era regressiva e, em segundo, porque era maravilhoso passar em alguns pontos e ver minha família (esposa, filhas, genros e neto) e amigos gritando seu nome, motivando-o. Isto fez um grande diferencial para mim. Foi meu melhor energético. É bom demais!

Só que depois de pedalar aproximadamente 50 Km, aconteceu o previsto: deu-me muita vontade de urinar. E depois de pensar e pensar em como fazer, sobrou-me apenas uma alternativa: fazer enquanto pedalava. Fiz, só que me esqueci que as caramanholas ficavam presas abaixo do banco, onde tudo escorria (risos....). Não podia desperdiçar nada, o importante era hidratar-me (risos.....). Aliviei o pedal ao aproximar da faixa de transição, relaxando um pouco as pernas para, finalmente, partir para a ultima etapa e, talvez, a mais difícil pelo cansaço do corpo.

A reta final: Correr 21km.

Junto de meus equipamentos de corrida deixei posicionado um gel de carboidrato, uma pilula de sal e uma garrafa de Coca Cola (sem gas). Importante dizer que a composição deste refrigerante é muito boa para este momento (sódio e açúcar). Coloquei o tenis, bebi e sai para a corrida. Neste momento vi a importância de se prevenir. Vi muitos atletas “quebrarem”. Alguns, literalmente, caíram ao chão gritando de dor de caimbra. Outros pararam sem conseguir prosseguir. Naquele momento final, o mais crítico da prova, foi o que mais ultrapassei as pessoas, me sentia bem, correndo e baixando meu tempo, sentia que tudo que havia feito correto estava me beneficiando naquela hora. Sentia meu corpo correspondendo, e com isto, fui conseguindo ultrapassar uma grande quantidade de pessoas.

A linha de chegada.

Quanto faltava cerca de quatrocentos metros para a linha de chegada, ao invés de relaxar, acelerei em um grande sprint final, porque ainda tinha gás, porque estava bem. Ao enxergar a linha de chegada uma onde de alegria inundou meu ser... Pensava... “consegui... consegui”. Ali estava toda a família aplaudindo... Cruzei a linha de chegada, em grande estilo, dando um salto mesclado de alegria e vitória. Completei a prova! Estava bem, nem mesmo ofegante (5h:24min), sem dores e sem sofrimento. Me diverti! Saí dali com um grande sentimento de vitoria.

Depois de beijar toda família e cumprimentar os amigos fomos almoçar, uma refeição rica em carboidratos e proteínas acompanhada de uma boa hidratação. Ainda naquele dia, não abri mão de meus compromissos. Como sou pastor, fui ainda a dois cultos, preguei, cantei, dancei, orei, enfim, fiz tudo que precisava ou queria, sem sofrimento.

PS. - Este não é um artigo técnico, trata-se apenas de um depoimento pessoal de alguém que em um ano e meio perdeu 17 kilos e se tornou um triatleta feliz.

terça-feira, 23 de abril de 2013

De onde vem e para onde vai.


Histórias semelhantes a esta relatada abaixo, são verdadeiras lições para nos ensinar que todo dia é dia de recomeçar. 

Deleitem-se nas letras desta história real e edificante!

"Durante um tempo da minha vida me afastei de Deus... Aos poucos, fui entrando na onda do “nada a ver”. Nada a ver fazer isso, nada a ver provar aquilo, nada a ver ouvir isso... E quando me dei conta, Deus não fazia mais parte dos meus dias. Bebendo, assistindo o que não me edificava, andando em ambientes nos quais Deus não tem vez... pensamentos impuros, vocabulário sujo... Mas ainda assim Deus olhou pra mim! E ali mesmo, na lama, começou a me tratar. E mesmo na lama eu sabia que meu lugar era no palácio, junto ao Rei dos reis!
Há mais ou menos 1 ano comecei a trilhar o caminho de volta ao Pai. Tive recaídas, mas, em seguida, retomava o curso. No final de 2012, enfim, achei ao meu lugar. Hoje vivo aquilo que nasci pra viver: uma caminhada com Deus! As lutas têm sido cruéis e mesmo não tendo a vitória que eu almejo, tenho tido a vitória que preciso: minha fé inabalada! Andar com Deus, esse é meu destino! 
Hoje me vejo como Pedro, que mesmo amando Jesus, o negou... mas se arrependeu e foi transformado poderosamente! Isso prova que Deus não precisa de super homens, que sejam perfeitos! São homens e mulheres falhos, como Pedro, como a Iara, como você, que mesmo errando o caminho por vezes, sabem de onde vieram e para onde devem ir! Meu alvo é Cristo!"

Iara Sena


Na foto: Iara com seu esposo Alan e seus dois filhos Leonardo e Danilo. 

sábado, 30 de março de 2013

Modo Off.

Confesso que não sou boa com os números, nem tão bem informada a respeito de quantitativos, mas acredito que pelo menos 70% da população adulta - seja rica ou não - trabalhe e tenha boa parte do seu tempo ocupada com tarefas diárias, e obrigatórias.
E parte desta porcentagem trabalha, estuda, cuida da casa, tem o lazer semanal, ou simplesmente tem pouco tempo para isso, ou não tem.
Em todo caso, é bem verdade que quando se tem a oportunidade de desfrutar de um período de férias, uma viagem agradável e revigorante, faz-se.
Diria até que férias é um bem mais do que necessário na vida de todo aquele que, no popular, rala por demais!
No começo do mês de março foi a minha vez. Depois de um tempo trabalhando, estudando, trabalhando, correndo atrás, e trabalhando novamente, pude me deslocar para um paraíso próximo e me dar ao luxo de esquecer por alguns momentos as tarefas e obrigações, e me permitir acionar o modo off!
Antes de voar até o meu destino, fiz planos de correr todos os dias às 6h da manhã na praia, ler um livro, me isolar um pouco e descansar bem... acontece que não fiz nada do que planejei e resolvi tirar férias até dos meus hábitos, e isso me fez entender que tirar férias é exatamente isso. Resumindo, tirar férias, é tirar férias!
Caminhei cerca de 6km diários olhando o mar, sentindo a maresia e vendo gente diferente. Me arrisquei em um mar revolto de ressaca, e até um cheio de águas vivas após uma boa chuva. Fui à praia em dia de chuva intensa onde os pingos ardiam ao tocar a pele. Diferente, mas revigorante.
Tirar férias nos faz analisar o que deixamos longe com outros olhos, com outro ânimo. Nos faz fazer planos de melhorar em vários aspectos. Faz despertar em nós a vontade de estudar mais, nos dedicar mais, tomar outros rumos.
O melhor de tirar férias é entender que de cabeça fria e descansada podemos pensar melhor, decidir melhor, e agir bem melhor.
Portanto, vai um conselho a você que pensa, precisa, mas não consegue tirar esse momento pra você: faz um sacrifício, economize aqui e junte um dinheirinho alí. Não precisa ser uma viagem longa, nem para lugares paradisíacos e caros. Seja para o litoral ou para o interior, vá e tire férias. Tire férias das suas tarefas, dos seus hábitos, do seu trabalho, das suas obrigações, e se for preciso, tire férias de você mesmo, sem se perder.
Acione o modo off, coloque as coisas no lugar na sua cabeça, descanse seu corpo e mente, tenha momentos a sós com Deus e seja feliz! Tudo isso vai te fazer muito bem. Só não esqueça de usar o filtro solar.

E Boa viagem!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Sobre a saudade.

Hoje é dia da saudade, embora ela faça parte dos meus dias, todos os dias.
Saudade não há como se definir. É lembrança do que não mais se tem, vive, vê. É se ver privado de algo que um dia fez muito bem.
É o pesar dessas lembranças e do que essa privação faz. É não conseguir definir.
E não havendo como definir, melhor falar a falta que algumas coisas me fazem.
É a falta...
Do Nordeste. Inocência da Infância. Brincadeiras de criança: bete, pular elástico, queimada, garrafão, esconde-esconde, 'cozinhadinho', carrinho de rolimã.
Treinos de Vôlei. Andar de Patins. Banho de Chuva. Amigos de infância. Fruta do pé. Falta de obrigações. Acampar.
Jogral de Igreja. Cantatas de Natal. Escola Bíblica Dominical.
Começo de ano letivo. Conhecer novos colegas. Material Escolar novinho.
Jogar bola. Banho de cachoeira. Lanche de escola.
Escrever cartas. Cartões de Natal feitos à mão. Fogueiras em época de São João.
Amigos que se foram. Amores que acabaram. O frio na barriga se se estar apaixonado.
Sentir saudade é relembrar do que foi bom.
Não é possível voltar a ser criança, retomar alguns relacionamentos, trazer de volta quem partiu, mas é possível reviver algumas coisas e, mesmo parecendo
ridículo, o melhor mesmo da vida é ser feliz!
Beeejo,
Soninha Nobre

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A tragédia de ontem e o triunfo de amanhã

Até onde podermos ir com um versículo como este: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por Seu decreto.” (Rm. 8:28). “Todas as coisas” incluem temores, provas e temperamentos? João respondeu que sim. Ele lhe diria que Deus pode transformar qualquer tragédia em triunfo, se você tão somente esperar e olhar...
Poderia ter havido tragédia maior para João que um Jesus morto? Três anos antes dera as costas à sua carreira e unira seu destino ao desse carpinteiro nazareno. No começo da semana alegrara-se numa parada, enquanto Jesus e os discípulos entravam em Jerusalém. As coisas tinham mudado muito depressa! As pessoas que, no domingo, haviam-nO aclamado rei, bradaram por Sua morte na sexta-feira. Esses linhos eram uma lembrança tangível de que seu amigo e seu futuro estavam envoltos em panos, e selados atrás de uma pedra.
João não entendia naquela sexta-feira, o que você e eu sabemos agora. Não compreendia que a tragédia daquela sexta-feira seria o triunfo do domingo. Mais tarde confessaria que “ainda não sabiam as Escrituras, que diz que era necessário que ressuscitasse dos mortos”. (Jo 20:9).
É por isso que o que João fez no sábado foi tão importante.
Nada sabemos sobre esse dia; não temos uma passagem para ler nem conhecimento a partilhar. Tudo o qu compreendemos é: quando o domingo chegou, João estava presente. Quando Maria Madalena foi procurar por ele, encontrou-o.
Jesus estava morto. O corpo do Mestre estava sem vida. O amigo e o futuro de João estavam sepultados. Mas João não fora embora. Por quê¿ Porventura esperaria pela ressurreição? Não. Até onde sabia, os lábios foram pra sempre silenciados, e as mãos, para sempre paradas. Não aguardava uma surpresa dominical. Então, por que estava ali?
Era de se pensar que tivesse partido. Quem sabe se os homens que crucificaram a Cristo não viriam atrás dele? A multidão estava contente com uma crucificação, os líderes religiosos poderiam ter pedido mais uma. Por que João não saiu da cidade?
Talvez a resposta seja pragmática; provavelmente naquele momento cuidasse da mãe de Jesus. Ou, quem sabe, não tivesse lugar para ir. Pode ser que não possuísse dinheiro, ou energia, ou direção... ou nenhuma dessas coisas. Ou, talvez, demorou-se porque amava Jesus.
Para os outros, Jesus era um operador de milagres. Para os outros, Jesus era o grande Mestre. Para os outros, Jesus era a Esperança de Israel. Mas para João, era tudo isso e mais. Para João, Jesus era um amigo.
Você não abandona um amigo – nem mesmo quando ele está morto. João ficou perto de Jesus.
Ele tinha o hábito de fazer isso. Estava perto de Jesus no cenáculo Estava perto no Jardim do Getsêmani. Estava aos pés da cruz na cena da crucificação, e achava-se a uma curta caminhada da tumba, no sepultamento.
Ele entendeu Jesus? Não.
Estava contente por Jesus ter morrido? Não.
Mas Ele deixou Jesus? Não.
E você? Quando se encontra na posição de João, o que faz?
Quando é sábado na sua vida, como você reage?
Quando está em algum lugar entre a tragédia de ontem e o triunfo de amanhã, o que realiza?
Deixa Deus ou fica perto Dele?
João escolheu ficar, e porque ficou no sábado, estava perto no domingo para ver o milagre.

(Extraído da obra Ele Escolheu os Cravos, de Max Lucado)

A tragédia de ontem e o triunfo de amanhã



Até onde podermos ir com um versículo como este: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por Seu decreto.” (Rm. 8:28). “Todas as coisas” incluem temores, provas e temperamentos? João respondeu que sim. Ele lhe diria que Deus pode transformar qualquer tragédia em triunfo, se você tão somente esperar e olhar...
Poderia ter havido tragédia maior para João que um Jesus morto? Três anos antes dera as costas à sua carreira e unira seu destino ao desse carpinteiro nazareno. No começo da semana alegrara-se numa parada, enquanto Jesus e os discípulos entravam em Jerusalém. As coisas tinham mudado muito depressa! As pessoas que, no domingo, haviam-nO aclamado rei, bradaram por Sua morte na sexta-feira. Esses linhos eram uma lembrança tangível de que seu amigo e seu futuro estavam envoltos em panos, e selados atrás de uma pedra.
João não entendia naquela sexta-feira, o que você e eu sabemos agora. Não compreendia que a tragédia daquela sexta-feira seria o triunfo do domingo. Mais tarde confessaria que “ainda não sabiam as Escrituras, que diz que era necessário que ressuscitasse dos mortos”. (Jo 20:9).
É por isso que o que João fez no sábado foi tão importante.
Nada sabemos sobre esse dia; não temos uma passagem para ler nem conhecimento a partilhar. Tudo o qu compreendemos é: quando o domingo chegou, João estava presente. Quando Maria Madalena foi procurar por ele, encontrou-o.
Jesus estava morto. O corpo do Mestre estava sem vida. O amigo e o futuro de João estavam sepultados. Mas João não fora embora. Por quê¿ Porventura esperaria pela ressurreição? Não. Até onde sabia, os lábios foram pra sempre silenciados, e as mãos, para sempre paradas. Não aguardava uma surpresa dominical. Então, por que estava ali?
Era de se pensar que tivesse partido. Quem sabe se os homens que crucificaram a Cristo não viriam atrás dele? A multidão estava contente com uma crucificação, os líderes religiosos poderiam ter pedido mais uma. Por que João não saiu da cidade?
Talvez a resposta seja pragmática; provavelmente naquele momento cuidasse da mãe de Jesus. Ou, quem sabe, não tivesse lugar para ir. Pode ser que não possuísse dinheiro, ou energia, ou direção... ou nenhuma dessas coisas. Ou, talvez, demorou-se porque amava Jesus.
Para os outros, Jesus era um operador de milagres. Para os outros, Jesus era o grande Mestre. Para os outros, Jesus era a Esperança de Israel. Mas para João, era tudo isso e mais. Para João, Jesus era um amigo.
Você não abandona um amigo – nem meso quando ele está morto. João ficou perto de Jesus.
Ele tinha o hábito de fazer isso. Estava perto de Jesus no cenáculo Estava perto no Jardim do Getsêmani. Estava aos pés da cruz na cena da crucificação, e achava-se a uma curta caminhada da tumba, no sepultamento.
Ele entendeu Jesus? Não.
Estava contente por Jesus ter morrido? Não.
Mas Ele deixou Jesus? Não.
E você? Quando se encontra na posição de João, o que faz?
Quando é sábado na sua vida, como você reage?
Quando está em algum lugar entre a tragédia de ontem e o triunfo de amanhã, o que realiza?
Deixa Deus ou fica perto Dele?
João escolheu ficar, e porque ficou no sábado, estava perto no domingo para ver o milagre.

(Extraído da obra Ele Escolheu os Cravos, de Max Lucado)