Querido Deus,
Nesses meus 32 anos já vi muitas
coisas. Sim, carrego uma bela bagagem que foi pesada por muito tempo, mas hoje,
diante de algumas coisas que a própria vida me ensinou, ela tornou-se leve, por
minha decisão.
Há quem diga que não vivi quase
nada, que tenho muito o que aprender (dessa segunda parte eu não tenho
dúvidas), mas há também quem diga que não acredita que eu tenha passado por
tantas coisas, no auge da minha juventude. Às vezes me sinto ‘velha’, outras,
uma criança.
O que seria de mim se não fosse o
Senhor? Como teria passado por algumas provas e desertos se Ele não estivesse
comigo? A resposta é simples: NADA. Não seria nada tampouco faria nada se a
força fosse minha e se os passos fossem meus.
Já vi tantas coisas por essas
estradas por onde passei, e passo. Por muitas dessas estradas ainda traço um
vai e volta no meu dia a dia. Nelas, vi oportunidades incríveis e algumas delas
abracei, outras perdi, passaram; vi e convivi com pessoas incríveis e
absurdamente bondosas, mas também cruzei com pessoas de índole má com péssimas
intenções que me fizeram sofrer; vi também pessoas fazendo outras que amo
sofrer, usando-as e depois jogado fora, desconsiderando-as, mentindo,
acusando-as, julgando-as sem conhece-las bem, e sem ao menos parar para ouvir
suas histórias; vi mães enterrando filhos e filhos enterrando pais, tornando-se
órfãos e ambos lutarem contra uma dor dilacerante; vi carreiras sendo esquecidas, sonhos
sepultados e esperanças perdidas; vi uma gravidez sendo interrompida, melhor,
vi várias delas; dinheiro sendo roubado e sociedades desfeitas; vi famílias
destruídas; fui ferida de morte muitas vezes, por atitudes e palavras de
pessoas que amei e compartilhei amizade. E amor. Doeu em lugares que eu nem
sabia que existiam. Sobrevivi; ganhei, perdi, sofri, acredito que tenha feito outros
sofrerem també, amei e também me amaram muito; fui vítima de mentiras que me fizeram
sentir do tamanho de uma formiga, exposta à diversas pisadas; vi minha família
sofrer um número incontável de danos. A vi ser lançada ao esquecimento por não
ser possuir tantos bens e mal sabiam eles (que os lançaram ao esquecimento) que
os bens que essa família possui tem um valor inestimável. Valorosíssima,
preciosíssima; vi e continuo vendo coisas terríveis, difícil de acreditar que
foram e são causadas por humanos.
Quando foi que deixamos de ser
humanos? Será que foi quando encaramos a possibilidade de ganharmos mais
dinheiro e acumular riquezas? Será que foi quando surgiu a oportunidade de ter poder,
nos tornando ambiciosos? Ou será que foi quando deixamos nossas vontades e
aspirações acima de tudo, das pessoas e seus sentimentos, da família e demais,
inclusive dos ensinamentos que Ele nos deixou?
Não sei, não entendo e nem sei se
quero entender ao certo.
A verdade é que sigo o meu
caminho procurando nunca fazer às pessoas, o mal que algumas outras me fizeram.
Escolho o amor sempre e escolho
Você!
Te amo.
Com amor,
Soninha Nobre