Agosto
vem bem alí e com ele aquela sensação de que vai durar, e dura mesmo, 189 dias.
Tenho a impressão de que as horas demoram mais a passar, ou de alguma forma
todos os relógios do mundo foram programados para que tenhamos um dia de 30
horas, no mínimo.
Poucas
coisas acontecem em agosto, pelo menos aquelas marcantes que nos fazem contar os dias para que esse mês chegue. Que bom para quem teve a sorte de algum
acontecimento nesse mês, daqueles que fazem o coração quase parar: um
casamento, a chegada de um filho, uma viagem marcante, um novo emprego, o
surgimento de um novo amor.
Mas
não serei tão rígida com o pobrezinho desse mês, não é justo impor tanto mal
querer, ele não tem culpa de ser o mais detestável do ano, ao menos para uma
grande parcela dos viventes.
Embora
a introdução tão extensa, não é sobre agosto que quero falar e sim sobre ciclos
que se encerram e abrem passagem para novos, aqueles bem esperançosos. Mas
quando nos despedimos de um período,
seja um mês, um ano ou uma temporada, é natural que façamos uma reflexão de
tudo que temos vivido, e, diante disso, de tudo o que não gostaríamos mais ter
que viver.
Você
que está lendo isso, já parou para pensar que grande parte das coisas que você
tem vivido e que não te fazem bem, podem acontecer por sua culpa? Vou reformular para não parecer
tão pessoal: parte das coisas que vivemos, daquelas que não nos fazem bem,
acontecem porque permitimos ou por culpa nossa. Quantas vezes nos sujeitamos a
questões que não agradam ao nosso coração, mas para fazer com que outros se
sintam confortáveis. Muitos outros, exceto nós. Dizer não jamais foi pecado, não é
errado e pode ser libertador. Damos preferência a agradar a tantos outros mesmo
que nós sejamos os ultimos da lista dos satisfeitos, quando deveríamos estar
entre os primeiros. Sem falar em sentimentos que insistimos em mendigar mesmo
sendo eles tão nobres e preciosos, como amizade, consideração, respeito e amor,
quando esses deveriam fluir naturalmente, como respirar.
Mas é certo que nem tudo depende de nós para
correr bem, e não somos culpados de tudo o que de ruim nos acontece, ou ao que
não acontece, mas é certo também que podemos minimizar essa estatística de
coisas que deixam o nosso coração machucado no decorrer da vida, desgastam a
nossa paciência e fazem nossas esperanças esvaírem.
Vamos combinar que tudo isso aí cansa, não é
mesmo? Esperar demais cansa, sofrer cansa, decepcionar-se cansa muito, e
ter as expectativas frustradas cansa e cansa muito!
Chegou a hora de encerrar esse ciclo difícil
que tanta gente tem vivido, aquela fase que estacionou nas coisas que nos fazem
sofrer. É libertador quando chegamos ao entendimento de que precisamos ter a coragem
de dizer não a tudo o que nos faz sentir inferior, e subir mais um degrau nessa
escada rumo a uma vida mais tranquila, com mais paz.
Se eu posso listar uns conselhos para o dia de
hoje, e para os próximos que virão seria:
1-
Tenha mais amor por si mesmo. Você tem muito
valor, mesmo que aquelas poucas pessoas que você tanto ama e considera,
insistam em provar o contrário;
2-
Aprenda a extrair o lado bom das coisas que te
acontecem.
3-
Fique firme e não perca o humor. A vida tem
sido difícil demais lá fora para que economizemos sorrisos e gargalhadas;
4-
Não insista demais em certas coisas que são
simples e que algumas pessoas insistem em dificultar para você. Isso não é
pessimismo, é valorização de quem você é, e do que você pode! Lembre-se: amor,
amizade, respeito e consideração, são nobres demais para que você tenha que
mendigar;
5-
Tente não falar muito dos problemas, mesmo que
eles martelem aí dentro de você. A preocupação não resolve problema algum. Peça
a Deus sabedoria e entregue a Ele a direção de tudo;
6-
Faça tudo com muito amor, e isso não para as
pessoas, mas por você;
7-
Planeje;
8-
Não gaste mais do que você pode. Procure ser
feliz com pouco. Te garanto que é muito possível.
9-
Faça algo por você.
10- E abrace, sempre que puder.
No mais, sorte no novo ciclo, mas para isso
enterre tudo o que você não deseja levar adiante. Já ouviu dizer que o velho
precisa sair para que o novo possa entrar? É exatamente isso.
Seja feliz!