segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

ALEGRIA DA CHEGADA E DOR DA PARTIDA

Na ultima semana estive duas vezes no aeroporto esperando por pessoas queridas que estavam chegando. Enquanto aguardava fiquei observando pessoas que aguardavam os seus no portão de desembarque... e o resultado foi uma mistura de sensações.
Primeiro vi uma jovem que aguardava alguém enquanto roía a unha. No seu rosto pude ver ansiedade e alegria misturadas, e quando as portas se abriram ela sufocou um grito e correu para abraçar. Não sei se era sua mãe ou avó, mas a sensação que me passou foi única: saudade. 
Logo depois vi mãe e filhinha também ansiosas, aguardando. Quando um jovem senhor apontou pelo portão, a menininha correu e se abandonou em um abraço que durou muitos minutos. Era seu pai, e pelo que me pareceu, estava ausente por um bom tempo. Não consegui conter as lágrimas nesse momento, foi tudo tão sincero e saudoso. Em seguida ele a solta no chão, e os colegas que desembarcaram junto com ele ficaram sorrindo por um bom tempo, observando aquela cena digna de ser registrada. Ele segue em direção à sua esposa e a abraça com saudade, o beijo demorando se dissolve em vários, um atrás do outro até que explodiu em outro abraço bem mais demorado: saudade.
Por ultimo, vi um jovem sério que aparentava muito nervosismo e ansiedade, acompanhado de uma mulher que me parecia ser sua mãe. Quando uma jovem e linda moça aponta pelo portão de desembarque, o sorriso ecoou de forma gritante e por um instante e longo, ele esqueceu da mulher que estava ao seu lado e correu para um abraço de saudade. Seus olhos e os dela brilhavam e transmitiam um ao outro a alegria da chegada.
Mas também vi abraços vazios, sorrisos frios e apertos de mãos leves. Talvez a pessoa que chegasse não tivesse um grau de proximidade muito elevado, ou talvez nenhum, mas o que quero dizer é que a ausência consentida gera uma saudade com o conforto e ânsia de poder 'matá-la' em um futuro próximo, mas essa ausência também gera um tempo para se pensar e repensar certas coisas na nossa vida.
Mas assim como a alegria da chegada, também há a dor da partida. Existe aquela despedida que com um abraço diz: "essa foi a minha escolha (ou a sua), então, sejamos felizes. Seja feliz". Mas essa felicidade pode demorar um pouco a chegar, e enquanto não chega, convive-se com a ausência, a saudade, a incerteza e a dor de se estar longe.
O meu desejo é que você tenha mais alegrias da chegada do que dores de partida.

Beeejo,
Soninha Nobre

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

AMOR ERRADO



Sabe aquele amor gostoso, simples e aconchegante? É... aquele que cuida, que desassossega quando se ausenta um pouco, que não se contém de saudade? Humrum! Aquele mesmo, que faz com que o outro se perca nos abraços longos e protetores, e que te fazem se perder também. Exato! Ele mesmo, que te basta quando nada mais faz sentido. 
Pois é... Esse é o amor certo. Mas existe também o amor errado, o amar errado.
Amar errado não é totalidade, e o amor que não é amor em totalidade não serve. Ele tem que ser inteiro, não pela metade. 
O amor errado não tem tempo para uma boa conversa, uma longa conversa; o amor errado não fica para dar bom dia nem para opinar se a roupa que você vestiu ficou legal; não pega o jornal na porta para ler junto com você na mesa do café da manhã, tampouco passa um cafezinho para degustarem juntos; ele não pega na sua mão para dar uma volta no parque, e nem caminha na praia abraçadinho; o amor errado não manda flores para o seu trabalho, nem chega de surpresa na academia para dizer um oi; não fazendo tudo isso, ele também jamais sentaria com você para admirar um pôr do sol ou contemplar a magnitude da lua.  
De que serve um amor assim se não nos faz sentir amados?
O amor certo conserta o que é errado, o errado quebra algumas coisas certas que estavam no lugar; o amor certo gera cumplicidade e lealdade, o errado trai e mente; o amor certo se mostra, o errado esconde; o amor certo te faz sentir importante, o errado te faz sentir um objeto, um refúgio dos problemas por um espaço curto de tempo; o amor certo te faz sentir linda e especial, o errado te faz sentir inferior a tudo e a todos;
Amar certo corrige alguns erros de um amor errado do passado, enquanto amar errado destrói algumas coisas bonitas que restaram de uma experiência que passou. O amor errado não acredita em contos de fadas, o certo se inspira em algumas coisas, mesmo que fantasiosas. O amor errado não diz eu te amo pra todos saberem, mesmo que só importe à pessoa amada, o amor certo diz aos quatro cantos e ventos o que sente, e demonstra, e prova, e ama.
Amor que não é detalhe, não é amor inteiro. Amor em que um ama sozinho, não é amor completo. Amor que não permite juntar os sonhos, não é amor verdadeiro.
Desejo que você ame certo e tenha um amor certo. E se você ama e possui um amor errado, desejo um certo pra que você entenda e sinta o que um amor de verdade pode fazer na vida da gente... ele tem o poder de desobstruir, às vezes dói, mas limpa tudo! 

Soninha Nobre