sexta-feira, 21 de junho de 2013

Cidadã Brasileira sim, mas decidi não ir às ruas!

Antes de começar a ler, entenda que é a minha OPINIÃO, minha, só minha! Não quero aceitação, e sim, respeito!
Poderia começar esse post dizendo: Olá companheiros, meus amigos militantes, protestantes (e não tem a ver com cristianismo!) ou não cumprimentar de forma alguma, e honestamente escolho a última. 
Não, não fui às ruas protestar pelos R$ 0,20 que grande parte das pessoas que foram nem sabe o que significa. Não coloquei uma máscara do anonymous e nem me vesti da bandeira da minha Pátria. Sou contra a PEC 37 não por ir na 'onda' de protestos que seguem, mas por ter o hábito de ler e procurar conhecer o que se passa no meu país. Se fui às ruas me unir aos incontáveis brasileiros que estão indo? Não fui, não vou, não sou contra e não quero delongas justificando o meu ponto de vista. Acontece que eu não estou com saco para tanta crítica, julgamentos e nem frases com tom de soberania, além das imposições de opiniões que deixam de ser opiniões e passam a ser, ou tentar ser, verdades absolutas. Definitivamente, eu não estou com saco!
Por não protestar com a intensidade que muitos gostariam que os demais protestassem, ou acham que protestam - pois até aonde me consta o protesto válido vai muito além de um rosto pintado, palavras de ordem (vulgo, gritos de guerra) ou frases de impacto impressas em cartazes produzidos com diversos tipos de artes. Isso tudo é muito válido, mas protestar não é só isso - mas por não protestar fui e sou julgada o tempo todo.
Eu protesto de várias formas, e a mais válida de todas faço a cada 4 anos de uma forma secreta, porém revolucionária. Pouco? Talvez exista quem acha, eu, não acho que seja pouco. 
Por não me unir às milhares de pessoas do meu país e ir às ruas, fui chamada de coisas que até achei graça, mas que no fundo me levaram a analisar o quanto a coisa vem mudando de figura. Não tenho o direito de generalizar, longe de mim, até mesmo por que conheço a conduta e caráter de muita gente que leva tão a sério todos os tipos de manifestações de democracia, desde sempre. Mas não entendo por que classificar as pessoas nessa luta por classe social, partido político ou sei lá o que. Talvez a verdade seja que eu não entenda nada disso, e não me envergonho nadinha por declarar isso. 
Mas pense comigo, há classe social para quem quer um país melhor? Há partido, lado ou sei lá que diacho isso quer dizer, para quem quer o melhor para os seus e a sua geração? Se sou de esquerda, de direita, de banda, de frente, de costas, isso muda a minha vontade, o meu desejo, a minha indignação diante das coisas que me cercam?
Se eu tenho o meu carro, se frequento lugares caros, se viajo com frequência e se dou uma parte da minha fortuna para a igreja ou para que fim que seja, isso me torna um ser humano com um menor senso de justiça? 
Se eu não fizer uso da saúde pública, do transporte público ou da educação pública, se assim posso dizer ( o que não é o meu caso minha gente, quero que fique claro), isso me tornaria menos cidad? Um cidadão com dinheiro, não que seja o meu caso, apesar de trabalhar muito pra isso, mas se o cidadão possui os seus bens pelo suor do seu trabalho, pode ser considerado um 'burguês' e não se importar com o que vem das autoridades, a corrupção, as leis absurdas, impostos e mais impostos? 
Não vou às ruas, e não me julguem por isso. Cheguei a planejar ir, até chamei amigos e todos eles se animaram muito, mas hoje decidi não ir mais. 
Decidi não ir quando vi cabeças pensantes julgarem mal e criticarem quem acabou de chegar do mundo da lua e se deu conta do que se tornou o país e resolveu ir às ruas pela primeira vez; decidi não ir mais, quando vi tamanho despropósito de tons arrogantes que só criticam o atual governo e não olham pro próprio umbigo, umbigo esse que também é corrupto e sonega impostos, fura filas, burla, infringe leis e adora usar um jeitinho brasileiro, não generalizando, novamente, mas isso conta demais; desisti de ir, mas continuarei dando uma força e apoiando de coração quem estiver nas ruas, mas eu não estarei lá; desisti de ir quando me dei conta que ano que vem tem eleições e que eu devo pensar e pensar com muita calma o que fazer com o meu precioso e decisivo voto. Sabe por quê? Por que o voto de cada um é decisivo, e essa é a verdadeira revolução. 
Há quem não acredite, mas paciência! Pois paciência é o que venho tendo ao ignorar indiretas imbecis nas redes sociais, estufar de peitos e ar de superioridade por saber, entender ou pensar saber e entender de tudo. 
Mal sabem essas pessoas que inteligência e sabedoria diferem-se demais. 
Gente que pensa ser inteligente por ter feito ou por fazer faculdade. Quanta burrice! 

​Soninha Nobre
Brasileira
31 anos
Não formada. Estudante de Publicidade com matrícula da faculdade trancada.

domingo, 16 de junho de 2013

Desconfie!

A vida da gente é cheia de fatos curiosos. Uns interessantes, outros engraçados, outros nem tanto, e alguns, só alguns ruins. Não importa como eles sejam, mas lá no fundo, todos trazem consigo um pouco de aprendizado ou uma pilha deles. 
Estava hoje refletindo sobre alguns acontecimentos da minha vida, e observando o que pude extrair deles e após um balanço cheguei à conclusão que nem tudo o que extraí foi bom.
Extraí força de situações que exigiram isso de mim. Passei por situações de perda, e a pior delas foi ter perdido o meu avô amigo. Acho que a maior dor que senti até hoje. Doeu em lugares que eu nem sabia que existiam, mas os cacos foram juntados e encontrei força, melhor, Deus me deu força e foi algo que consegui extrair de uma situação, pra mim, terrível. Algo bom, força é algo muito bom. Extrai sorrisos de situações inusitadas, engraçadas ou até mesmo ridículas, e extrair riso é algo bom, muito bom. Extraí aprendizado de situações que me ensinaram; aquelas que a gente não sabe como resolver, pra onde correr, ou aonde se esconder, mas que somos obrigados a aprender, na força! 
Enfim... É possível extrair algo bom, de vários tipos de situações. Mas também é possível extrair coisas ruins, e essas, nem sempre fazem mal à gente.
Extraem-se coisas ruins quando nos relacionamos com pessoas que mentem, nos fazem sofrer e usam o nosso melhor para tirar algum proveito. O que podemos extrair de ruim dessas situações é a insegurança. Aparentemente insegurança é algo ruim e que nem sempre trazem bons resultados, exceto quando ela faz com que prestemos mais atenção aos sinais que esse tipo de pessoas costumam emitir. Sim, os que mentem, que fazem sofrer e que se aproveitam das qualidades de outras pessoas, costumam emitir sinais que, só percebem aqueles que se sentem inseguros para confiar, acreditar ou depositar algum tipo de expectativa. Nesses casos, a insegurança é algo bom, que nos deixa bem espertos. 
Outra coisa ruim que podemos extrair é a desconfiança. É ruim que as pessoas desconfiem da gente, das nossas intenções ou do que nós falamos. Mas a nossa tarefa é quebrar isso e fazer com que as pessoas tenham motivos para confiar, acreditar principalmente em quem nós somos. Mas acontece que quando batemos de frente com aquelas situações anteriores, aquelas mesmas de nos relacionarmos com pessoas quem mentem, têm a intenção de nos fazer sofrer ou se aproveitarem de nós para conseguirem algo, a desconfiança vem e pode nos livrar de uma série de aborrecimentos.
Não estou dizendo que você deva se sentir inseguro e desconfiar de tudo que o cerca ou venha a se aproximar de você, mas um pouco de cautela sempre é bom.
À medida que aprendemos isso, evitamos muitas coisas desagradáveis. Algumas mentiras já não têm espaço, as promessas enganosas já não colam e as coisas fluem melhor, com mais verdade.
No mais, tenho algumas coisas a te dizer: 
1-    Aprenda alguma lição; 
2-  Extraia algo bom das situações; 
3-  Se for extrair algo ruim que seja para aprendizado, e esse nunca é demais; 
4-  Seja cauteloso; 
5-    Desconfie algumas vezes, isso não é de todo ruim; 
6-    E seja feliz, em tudo! 

Beeejo!

domingo, 9 de junho de 2013

Em apenas um olhar



Depois de alguns anos trabalhando em tantos casamentos, me acostumei. Me acostumei com os arranjos florais, as lapelas, os vestidos longos e elegantes, as daminhas tímidas, as madrinhas empolgadas com o bouquet, o glamour das plumas, o brilho das pedras e paetês e o nervosismo e ansiedade da noiva. Me acostumei a escrever os discursos e ver a emoção estampada na face das pessoas ao ouvi-lo. 
Me acostumei a manter tudo em perfeita ordem, a saber lidar com a irritação de uns, o nervosismo de outros, a falta de profissionalismo de poucos e até com algumas surpresas, boas ou desagradáveis. Me acostumei a me aguentar 6 longas horas ininterruptas sobre um salto alto, mantendo a elegância e a pose para garantir que tudo estivesse bem. Me acostumei a me esconder um pouco na cozinha e compartilhar de umas boas gargalhadas com a turma do buffet, a ouvir reclamações e na maioria das vezes lindos e reconfortantes elogios. Me acostumei com os depoimentos posteriores dos noivos satisfeitos. Isso, dinheiro algum paga.
Diante de tudo isso, e dos incontáveis encontros com os noivos antes do grande dia, mesmo tendo me acostumado, há sempre muita emoção envolvida, e há sempre uma nova forma de se emocionar. 
Enquanto para muitos o ápice da cerimônia é o momento em que a noiva - ao som da marcha nupcial ou qualquer outra sinfonia escolhida - avança rumo ao altar, para mim, o ápice é o olhar do noivo no momento em que a avista. Há tensão, ansiedade, curiosidade, amor, muito amor envoltos nesse momento singular.
É um momento mágico. Todas as vezes paro para observar esse momento, esse olhar. Antes, sempre peço aos fotógrafos que registrem isso, mas na maioria das vezes as lentes devem estar voltadas para a estrela do dia.
Vez ou outra consigo sentir o que ele sente ao contemplar o seu futuro, em um único olhar. 
Não sei explicar bem, mas posso sentir - tudo bem que em uma proporção milhares de vezes menor - o que Ele vai sentir quando vier me buscar. Aí sim, posso voltar o meu olhar e atenção para a noiva, e imaginar como me sentirei estando em seu lugar. 

Beeejo
Soninha Nobre