Entre as coisas que já aprendi na vida, no lado de cá da
eternidade, está procurar sempre ver o lado bom das coisas. Embora não tenha
sido fácil aprender, isso tornou a vida mais leve do que ela tenta ser, no
final das contas.
Seria tão mais fácil se quando passássemos de uma fase da
vida para outra, por exemplo, da infância para a adolescência, dessa para a
juventude, e por aí vai, tivéssemos um manual de instruções explicando passo a
passo como agir e reagir, bem como tirar alguma lição de tudo... mas elas, as
fases da vida, não vem com esse manual, muito pelo contrário, vem com uma
grande plaquinha de "se vira aí e boa sorte!".
Mas diante disso, temos nos virado bem, mesmo que muitas
vezes aos trancos e barrancos, cruzamos a linha de chegada de algumas situações
desagastados e esfolados de tanto tentar, de tanto tropeçar e cair, e
levantar... mas cruzamos a linha de chegada, vivos.
Se tem algo que passamos a fazer quando aprendermos ao menos
a tentar enxergar o lado bom das coisas que nos acontecem, é seguir em frente.
Seguir em frente se torna algo quase que natural, espontâneo. Lembrando que
isso não quer dizer que seja fácil, minha gente. Seguir em frente não é fácil,
nunca foi e receio que nunca se tornará mais fácil no decorrer do nosso
crescimento, mas nos acostumamos. Nos acostumamos a ouvir certos
"não's", a dar com a cara na porta, a reprovar em uma seleção, ao
diagnóstico que não muda, a ouvir críticas que ferem vindo de pessoas que não
esperávamos, nos acostumamos a nos 'desapaixonar' quando as coisas não saem da
forma que nosso coração esperava. Isso soa como aceitar, aceitar o que Deus e a
vida nos reservam lá à frente, quando passamos pelo teste do tempo, tendo
passado por todos esses que já mencionei.
Crescer dói. Esfola. Deforma. Dói, e como dói! Mas nos
ensina. Já perdi a conta de quantas vezes já escrevi sobre isso, sobre aprender
com as situações adversas, mas não há como não falar a respeito. Tudo isso para
dizer que é hora de virar a página. Chega de sofrer por situações que sempre
nos deixam para baixo, sempre nos colocam abaixo da linha que devemos estar.
Quantas pessoas se dedicam a isso desde que nós cruzamos o seu caminho? Pesado
né? Mas é verdade! Aquela relação abusiva que talvez só você esteja nela, a outra
pessoa já "caiu fora" ha muito tempo, e só está lá quando precisa te
fazer sentir inferior; ou até mesmo para se assegurar que mantém o controle
sobre as suas emoções. Quantos de nós já estivemos em relações como essas? E
essas relações abusivas podem ser de diversas formas, e bem amplas, sejam elas
relações amorosas, amizades, relações familiares, profissionais e outros que
estão ligadas à opções ou estilo de vida que levamos.
Minha gente, é hora de virar a página! É hora de entender que
seguir em frente requer coragem! Coragem para passar por cima de situações que
nos entristecem e não temos como mudar. Entenda algo: para tudo há um jeito!
Tudo. Quando esse jeito não parte de nós mesmos, quando foge das nossas
possibilidades e capacidades, vem por intervenção divina. É minha gente, Deus
ajuda e age sim quando nós não conseguimos.
Virar a página, assim como seguir em frente, não é fácil não.
Mas não é impossível. E quando conseguirmos é uma sensação de alívio tão
deliciosa; é como uma corrida cansativa em um percurso cruel, e, ao cruzar a
linha de chegada você recebe uma fruta, um suco ou água, se hidrata e lá na
frente recebe um sorriso e uma medalha para juntar às que você já possui. Ou
talvez seja a primeira. Mas a sensação é sempre deliciosa. Revigorante. É
preciso virar a página.
É preciso virar a página do sofrimento, da tristeza, da
depressão (e é preciso falar disso mas deixarei para outra hora); virar a
página do abuso, das agressões e pressões desnecessárias; virar a página das
lágrimas, pois sofrer, muitas vezes, é uma opção; virar a página da baixa alto
estima, dos complexos de inferioridade, de se rebaixar sempre para fazer alguém
se sentir melhor;
É hora de virar a página!
É preciso entender que muitas vezes é preciso deixar o velho
ir embora e dar espaço para o novo chegar.
Vamos comigo nessa?!
Beeejo!