quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

ANTES QUE O SOL SE PONHA

Hoje, há poucos dias de um novo ano, é quase impossível não fazer um balanço do que se passou. Isso é como tradição. Acontece de forma natural. 
Em um contexto geral, 2016 foi bem complicado. Crise política, consequentemente econômica, tragédias mundiais, nacionais também, perdas e crises pessoais, e por aí vão outros tantos. 
Mas, assim como tudo na nossa vida, não podemos ficar só na parte ruim, não é mesmo? E é exatamente sobre o melhor de 2016 que quero escrever, pois nem tudo até aqui foi ruim, pelo contrário, pude viver muitas coisas maravilhosas neste ano.
Gostaria de dedicar esse texto àqueles que venceram 2016 comigo e também aqueles que de alguma forma não lutaram comigo, mas se identificam com algo aqui. Sim, mesmo faltando 3 dias para nos despedirmos de 2016, já o vencemos!
Minha gente, vencemos mais um ano! Vencemos. Vencemos a dor, a perda, a falta, as flechas e os atropelos deste ano. Gostaria de encher o peito e dizer que foi um ano perfeito, mas não foi. Vi amizades se desfazerem, famílias se distanciarem brutalmente (vi de perto) e mentiras repercutirem em tom de verdade por cada lado que olhei. Mas também vi pessoas da alma e corações generosos vencerem isso também! 2016 não foi um grande ano e isso não é um olhar pessimista. Todos os anos temos a oportunidade de refazer a nossa história (se é que ela precisa ser refeita); temos a oportunidade de mudar algumas coisas, fazer outras novas, evoluir, ousar... Avançar. Digo com toda a convicção possível que 2016 foi um ano de MUITO aprendizado e surpresas também. Deus foi, É e continuará sendo Deus bom em tudo, e sou tão grata a Ele por poder aprender em meio a tantas lutas que Ele me permitiu passar neste ano que se finda. 
Mas olha só como 2016 também foi generoso. No primeiro semestre tive a oportunidade de viajar com meus pais juntos (nunca havíamos feito isso), e foi maravilhoso; ainda neste semestre tive a honra de reencontrar primos (filhos do saudoso irmão mais velho do meu pai) e reestabelecer laços fortes com pessoas que eu não conhecia pessoalmente, apesar dos fortes laços que nos uniam; já no segundo semestre reencontrei, e depois de 13 anos, uma grande amiga que marcou minha adolescência e que amo muito; lembra o irmão mais velho do meu pai? Pois é, reencontrei outra parcela de filhos, também maravilhosos. Mas vamos lá...
A minha mensagem hoje é para te encorajar, te fazer pensar no quão maravilhoso é perceber o lado bom das coisas. Para aqueles que venceram comigo. Minha mãe, pai, irmãos e cunhados, meus sobrinhos; tios e primos, meus amigos mais chegados que dividiram abraços e palavras em momentos de dor; minha família Nobre: vocês alegram a minha vida! Minha família Vieira, por tantas risadas e carinho, mesmo os de longe; meus amigos de longe que sempre estiveram presentes através de telefonemas, msgs, cartas enviadas pelos correios...
A vocês que venceram comigo, felizes últimos momentos de 2016 e um 2017 extremamente, absurdamente, espetacularmente feliz em todas as áreas. Aproveitem mais a vida, vivam intensamente seus dias, viajem mais, sorriam das coisas bobas, encontrem o riso por onde forem e não deixem de brilhar jamais.
Espero em 2017 me reaproximar dos que se foram sem motivos, viver coisas especiais e felizes, e continuar aprendendo em tudo. 
Meu conselho para 2017? Seja presente e esteja ausente. Sim. Exatamente assim. Seja presente na vida das pessoas que te cercam, que te amam, e se faça presente também na vida daquelas que você sempre quis e não teve oportunidade. Crie oportunidades.
Sim, esteja ausente de lugares/pessoas onde você nunca foi querido ou bem vindo, vai por mim, a gente sente essas coisas. Entre as melhores coisas da vida, está se sentir amado e à vontade em um meio que deixe seu coração cheio de alegria e esperança. 
Seja corajoso! Diga o que nunca teve coragem de dizer, faça aquela trilha, escale aquela montanha, faça aquele mergulho, comece a correr, dê aquele beijo, se entregue a algo novo, faça aquela viagem, dê aquele passo, seja feliz! Tenha coragem!
Ah, antes que eu me esqueça, SEJA FELIZ, ANTES QUE O SOL SE PONHA!

Feliz tudo!
Soninha Nobre

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

SEJA QUEM VOCÊ QUISER

Não quero que classifiquem este artigo como manifestação feminista, quando infelizmente a maioria das pessoas hoje acham que feminismo é o antônimo de machismo e ainda misturam com uma dose de sexismo, levam ao forno pré-aquecido a 1000° e saem com um bolo horroroso que não desce nem à base de soda cáustica.
Bem... Let's go!
Vez ou outra me pego pensando no padrão que alguns homens estabeleceram para descrever a  mulher dos sonhos, ou dos desejos, que seja, enfim. É natural que uma mulher solteira pense nisso, e acredite, na maioria das vezes são dezenas de pessoas (mãe, tios, amigos, etc) que pensam por elas, mulheres.
A questão é a forma assustadora dos padrões impostos por aí: ela tem que ser inteligente, ter estudado ou estudar muito, uma posição estável na vida profissional, ser independente financeiramente, um corpo razoavelmente bonito, não precisa ter muitos amigos e não importa se sabe cozinhar, mas é indispensável que conheça bons lugares para se comer, que seja uma pessoa com vasto conhecimento sobre quase todos os temas da atualidade, seja politizada, goste de filmes e já tenha assistido ao menos umas 20 séries. (É óbvio que não é uma regra, mero exemplo)
A realidade é que preencher os quesitos do quase infinito check list é quase impossível, e, se possível, extremamente cansativo ao ponto de não restar tempo e nem disposição para se apaixonar. Afinal de contas, a última coisa que essa super mulher assustadora que preenche a todos os requisitos desse padrão precisa é se apaixonar e consequentemente se relacionar, quando ela, com toda essas qualificações pode dominar o mundo! Não é mesmo?
Vocês já pararam para pensar o quão exaustivo pode ser para uma garota percorrer todo esse caminho para chegar ao topo e enfim suprir as expectativas das pessoas? Ter que possuir incontáveis qualificações, além de ser independente, usar seu dinheiro como bem entender, seja com roupas caras, boas viagens, ter seu próprio carro e entender basicamente de tudo um pouco. Fica um apelo: Não façam isso com suas filhas, é cruel!
Poderia escrever voltado para todos os gêneros, até mesmo porque essa tortura de padrões não é um privilégio das mulheres, mas é sobre elas que quero escrever, pois sou uma delas, e daquela parcela que não faço a mínima ideia se pequena ou não, mas que não suporta mais que a enquadre nesses moldes patéticos.
Antes que pensem o contrário, este não é um discurso inflamado contra os homens, longe de mim! É contra a sociedade que criou essas expectativas ao nosso respeito. Ok, homens?
Não vou listar quais os quesitos que já preenchi desse check list, até mesmo porque estou longe de preenchê-los, graças a Deus. Mas acredite, já senti na pele o peso de não saber desossar um frango, de estar solteira aos quase 35, de não ter concluído uma graduação que todos esperavam que eu concluísse, e de não ter suprido as expectativa de muitos. Isso mesmo, como se não bastasse tudo isso, há que se ter a preocupação do que as pessoas esperam de nós. 
Ok, não se engane, essa história de "padrões" pode ficar ainda mais chata. Isso mesmo, sabe por quê? Por que em algum momento da história, alguém disse que nós mulheres precisamos demonstrar fragilidade. Que nós devemos ser mais delicadas, não podemos falar bobagens, que é arriscado dirigir sozinha por aí, enfim, acredite, isso ainda existe e é mais chato do que parece aqui no texto.
Mas para que não fique chata também a leitura, quero dizer a alguns familiares e amigos que tenho um pedido de desculpas a fazer:
Lamento gostar mais de praticar um esporte do que passar tempo em salões de beleza (longe de ser uma crítica, NÃO É!); lamento não preencher os requisitos básicos dos padrões de beleza; lamento não ter o diploma que vocês esperavam emoldurado em uma parede; lamento gostar mais de ler um livro ou ver um filme ao invés de sair à caça, à luta, e conhecer novas pessoas para possíveis relacionamentos, quando muitos dizem que estou esperando a pessoa bater à minha porta e que trancada em casa não vou 'conseguir' nada; lamento não fazê-los "superar" as expectativas ao meu respeito; 
Mulheres, sejam quem vocês quiserem ser, sem rótulos, sem padrões, sejam vocês;
Homens, sejam seguros o bastante para se apaixonar, amar e estar ao lado de uma mulher que gosta de ser quem ela quer ser. 
E todos, aceitem as pessoas como elas desejam ser, gostando de estar paradas ou sabendo voar.
E quanto aos padrões? Parem com isso! Só parem! Parem de pressionar as pessoas por resultados, por números, por degraus, por publicações em diário oficial, por diplomas, por histórias de amor, por casamentos, por filhos, por carreiras de sucesso. Parem. Só!
Entendido?
Beeejo

terça-feira, 4 de outubro de 2016

SOBRE SAUDADE...

6h da manhã, ao abrir os olhos avisto diretamente a luminária, e desperto. Estou em um grupo raro de pessoas que despertam logo ao acordar. Sim, há uma diferença entre acordar e despertar.
Amanheci com a sensação de coração inchado, de sufocamento, mas não tão ruim assim.
Uma dor.
Dor de saudade.
Há tanta saudade guardada aqui dentro, que talvez já fosse tempo mesmo de transbordar, por isso esse aperto. Saudade do cheiro e cuidado do meu avô, daquela voz que exclamava toda vez que me via: "Oi minha beleza!". Essa falta nada preenche; saudade dos amigos da infância, ao ver ou ter notícias da evolução de suas vidas; saudade dos tempos de criança, dos lugares em que vivi, da leveza de tudo; saudade da velha coleção de papéis de carta, perfumados e lindos! Muita saudade; saudade de não ter responsabilidade, de não ter compromissos e obrigações; saudade da euforia das roupas novas para as festas de finais de ano; saudade da compra de materiais escolar para o início de mais um ano letivo. Lembro como se fosse hoje a alegria da primeira vez em que usei um "caderno de matérias"; saudade da sensação gostosa de quando me apaixonei pela primeira vez, mesmo que hoje olhe para a pessoa e pense: "Meu Deus, como pude?". Há mágica nas coisas que vivemos na inocência.
Pausa para um longo suspiro.
São tantas saudades que fica quase impossível listar. Eu mesma já escrevi tantas vezes sobre ela, ja compartilhei textos de Martha Medeiros sobre isso, e por aí vai. Há tanta saudade que há e sempre haverá muito o que dizer, o que se escrever.
A verdade é que grande parte da nossa história é composta de saudades. E isso não é tão ruim. Saudade é o que resta daquilo que não ficou.
Saudade boa é saudade do que, mesmo não tendo ficado, foi curado. Sabe como é? Aquela saudade da infância que passou, dos cheiros, brincadeiras, lugares. Aquilo que passa naturalmente com o tempo.
E a saudade ruim? Infelizmente não temos como evitar. É a saudade que ainda dói, a perda definitiva. Sabe muito bem quão dolorida ela é, quem já perdeu alguém que se ama para a eternidade. Essa dói até pra se escrever. Pense e chore aí comigo (sim, não é feio nem errado chorar de saudade), reflita no quão duro é nunca mais sentir o cheiro, os abraços e ver os sorrisos. Tudo isso passa a ser possível só quando fechamos os olhos e lembramos os momentos que vivemos juntos.
É saudade ruim também, do que permanece em vida mas que não ficou na nossa vida. Exatamente assim. Tudo o que deixamos pra lá, deixamos passar, deixamos findar.
Saudade do que foi e nunca mais será, e que, infelizmente não podemos deixar de sentir.
Alguns tipos de saudade passam (graças a Deus!), mesmo que durem muito. E outras, sempre existirão.
Entre o passar e o não passar, nos restam as lembranças e a vontade de fazer com que algumas coisas permaneçam para sempre em nossas vidas, garantindo assim, que outras saudades não venham a existir.
O dia continua, e com um presente lindo que é a chuva, e sigo com minhas atividades normais, com menos aperto do que mais cedo, pois há coisas que só saem da gente por escrito, e isso alivia, mesmo que seja só a saudade!

Feliz 4 de outubro chuvoso, gente! 


 

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

SIGA EM FRENTE


Certa vez li um texto sobre partir, a necessidade de se "ir embora", e hoje, resolvi escrevinhar sobre seguir em frente.
É, minha gente, passou da hora de seguir em frente. Largue mão de tudo, eu disse tudo, que te torna inferior ao que você realmente é. E acredite, pessoas e situações são fortemente capazes de nos fazer sentir, e até mesmo acreditar que somos menores, menos, inferiores. 
Eu não sei em que ponto da sua vida você deixou de ser você mesmo, de ser seu, para se doar por completo a alguém ou alguma situação que nunca te deu o retorno ou te tratou do jeito que você realmente merece.
Não sei também qual razão te fez se anular por alguém ou por algum projeto. Primeiramente, e de uma vez para sempre, entenda que você precisa de você mesmo, assim inteiro, mais que qualquer outra pessoa neste globo terrestre, e, consequentemente, as situações que seguem também. 
Já parou para pensar em quantas vezes se sentiu como se estivesse respirando com a ajuda de aparelhos? E quantas vezes se questionou a necessidade de prolongar a sobrevida que é viver em função dos outros? Francamente, e com vasta experiência nesse quesito, não sei como conseguimos tirar forças para levar as costas o peso de uma bagagem tão pesada de problemas, descasos, falta de reciprocidade, atenção, amor, ALHEIOS, sempre com a falsa esperança, ou real porém passageira, de que "vai dar tudo certo" ou "vai ficar tudo bem". Acredite, permanecendo em último plano na sua própria vida, nunca ficará bem, e nunca dará certo. Pessimismo? Não. Sabe por quê? Porque antes de todos à sua volta, deve existir você. Seja a pessoa mais importante da sua vida.
Passou da hora de seguir em frente, minha gente.
E seguir em frente implica em uma série de reações, onde a primeira é brusca, bruta, perturbadora e cruel: DEIXEMOS DE SER TROUXAS. 
Ouvimos tanto essa expressão por aí, em memes de internet, chavões cômicos e até em discussões de relacionamentos: "Largue mão de ser trouxa"; ou "um dia deixo de ser trouxa"; ou "parei de ser trouxa". Quem nunca? 
Se você já ouviu isso e deixou passar desapercebido, entenda que esse é um grito de socorro de quem está na UTI de uma situação ou até mesmo de uma relação. Soa como: ei, não é possível que você não vê como me doo a você, ou, ei, não vê como me dediquei a esse projeto? E por aí vai. É preciso ficar atento ao sinais, pois quem foi trouxa um dia, possivelmente esteja fadado a ser trouxa por um desgastante e longo período.
Na maioria das vezes esse erro parte do próprio trouxa, pois isso é como o crack, basta uma única vez para desandar toda a vida. Logo, a solução é nunca se permitir ser. Mas isso não quer dizer que não tenha solução. Tem sim. Repare bem...
A partir do momento em que você substitui seu amor próprio pela satisfação de outras pessoas, a sua felicidade fez as malas para ir embora. Nem pense em chamar isso de drama, é a mais pura realidade. 
Quando você não se prioriza, não se ama primeiro antes de amar alguém, não se cuida antes de se envolver em algo ou com alguém, não coloque aquela pitadinha de egoísmo (no sentido de se importar mais com você), a felicidade dá adeus e sequer liga depois pra saber como ficou o seu destroçado coração. Desse jeitinho.
Eu sei bem como é isso, e quando estamos lidando com situações como essas, tudo o que precisamos é de alguém que nos abrace e fale baixinho: você não merece passar por isso. Vem, vou te ensinar como sair dessa.
Acredite, gostaria muito de te abraçar agora e dizer ao seu coração que é possível trazer aquela felicidade que fez as malas ali no parágrafo anterior, de volta, mas... Mas nada! É possível sim, gente! Comece se colocando no topo da sua lista de prioridades, funciona. Há de funcionar. Evite ser o ultimo na sua própria vida, e, em hipótese alguma, tente ser o primeiro na vida de ninguém. Passou da hora de seguir em frente... Siga em frente naquela situação que você insistiu tanto, sozinho, e nunca saiu do lugar; seguir em febre naquele projeto que nunca deu certo, algumas vezes desistir pode parecer sinônimo de fraqueza, mas acredite, não é; seguir em frente naquela velha tentativa de tentar ser quem as pessoas querem que você seja, em que todos ficam satisfeitos, exceto você. Seguir em frente em querer sempre agradar as pessoas, especialmente aquelas que não se importam com você. Seguir em frente. Só isso. Sabe aquele lance de ser trouxa? Então, até isso se resolve quando decidimos seguir em frente. Quer saber o sentido da vida que se vive do lado de cá de eternidade? Para frente!
Beeejo! 

domingo, 14 de agosto de 2016

Em frente ou enfrente?

Os dias tem passado numa velocidade assustadora, seguem voando as horas, meses, anos, e antes que se perceba, melhor parte da vida já se foi. 

Quando alcançamos certa experiência de vida, esse tempo que voa passa a nos preocupar, não por estarmos "ficando velhos", mas por ainda termos muito o que enfrentar. A palavra é enfrentar. 
Há tantas lutas diárias, tantas conquistas em vista, ou simplesmente tanto o que se viver, que a experiência nos mostra que já passamos daquela velha fase de nos importar com coisas desimportantes. Aquelas que só nos fazem ganhar, na melhor das hipóteses, uma úlcera. Elas tiram algo tão essencial das nossas vidas, a paz, e nos tempos atuais já são tão conturbados por várias razões, estar em paz é algo indispensável. 
Essa tal experiência nos faz cansar de insistir em certas situações ou relações, insistir em estar bem e em paz com quem não quer isso ou com quem simplesmente não valoriza o que a pessoa tem de melhor, nos esforços que ela faz para que tudo corra bem ou mais leve, cansaço de insistir em situações que  só trazem decepção e dor; cansaço de dar sempre o melhor e receber o mais econômico dos retornos; cansaço de rebater a críticas, provocações e insultos, mesmo quando infundados e injustos.
Enfrentar não é fácil, mas não há como viver sem enfrentar medos, batalhas, desilusões e até mesmo a dor. 
Recentemente conversei com alguém que perdeu o pai, e em meio a uma conversa proveitosa ousei lhe perguntar como ela estava lidando com a dor da perda, e a resposta: "enfrentando, todos os dias. Decidi enfrentar de forma diferente, além de confrontar a minha dor, procuro ser melhor do que fui enquanto estive ao lado dele, ele gostaria de me ver enfrentar a vida da forma que tenho levado, sendo uma pessoa melhor." Refleti naquelas palavras e tive vontade de melhorar, mesmo não enfrentando um grande sofrimento para tomar esta decisão. 
É preciso coragem para enfrentar o maior de todos os gigantes, nós mesmos. Enfrentar a nós mesmos vencendo nossas vontades, e seguindo adiante.
Deixar coisas desimportantes de lado, evoluir e buscar melhorar. É assim que devemos encarar a vida, enfrentando.

Beeejo! ❤️

Em frente ou enfrente?

Os dias tem passado numa velocidade assustadora, seguem voando as horas, meses, anos, e, antes que a gente perceba, grande, e às vezes, melhor parte da vida já se foi. 
E quando alcançamos certa experiência de vida, esse tempo que voa passa a nos preocupar, não por estarmos "ficando velhos", mas por ainda termos muito o que enfrentar. Sim, a palavra é enfrentar. 
Há tantas lutas diárias, tantas conquistas em vista, ou simplesmente, tanto o que se viver, que a experiência nos mostra que já passamos daquela velha fase de nos importar com coisas desimportantes. Isso, aquelas que só nos fazem ganhar uma coisa, na melhor das hipóteses, uma úlcera. Essas coisas desimportantes tiram algo tão essencial das nossas vidas, a paz, e, os tempos atuais já são tão conturbados por várias razões que estar em paz é algo indispensável. 
Essa tal experiência nos faz sentir cansados, não fisicamente, mas aquele cansaço de insistir em certas situações ou relações, sim, insistir em estar bem e em paz com quem não quer isso, ou com quem simplesmente não valoriza o que a pessoa tem de melhor, nos esforços que ela faz para que tudo corra bem ou mais leve, com as preocupações com coisas pequenas, porém importantes; cansaço de insistir em situações que  só trazem decepção e dor; cansaço de dar sempre o melhor e receber o mais econômico dos retornos, principalmente quando se dá o melhor, em intensidade; cansaço de rebater a críticas, provocações e insultos, mesmo quando infundados e injustos. Cansaço. 
Enfrentar nem sempre é algo fácil, mas não há como viver sem enfrentar. Os medos, as batalhas, as desilusões e até mesmo a dor. 
Recentemente conversei com alguém que perdeu o pai, também recentemente, e, em meio a uma conversa extremamente proveitosa ousei lhe perguntar como ela estava lidando com a dor da perda, e a resposta foi: "enfrentando, todos os dias. Decidi enfrentar de forma diferente, além de confrontar a minha dor, procuro ser melhor do que fui enquanto estive ao lado dele, ele gostaria de me ver enfrentar a vida da forma que tenho levado, sendo uma pessoa melhor." Refleti naquelas palavras e senti, por algum instante, vontade de também melhorar, mesmo não enfrentando um grande sofrimento para tomar esta decisão. 
É preciso coragem até para enfrentar, e, temo que o maior de todos os gigantes que tenhamos que enfrentar seja nós mesmos. Enfrentar a nós mesmos vencendo nossas vontades, e seguindo adiante.
Vamos deixar as coisas desimportantes de lado, vamos evoluir e buscar ser melhores. É assim que devemos encarar a vida, enfrentando.


Beeejo! ❤️

terça-feira, 14 de junho de 2016

EM BUSCA DO DESCONHECIDO

Um dia desses tirei uma tarde inteira para organizar os livros nas prateleiras, abrir e fechar caixas e mais caixas de velharias esquecidas, até então, uma tarde bem cansativa. Cansativa porém saudosa. 
Encontrei, em uma velha caixa, negativos de filmes fotográficos, sim, daqueles mesmos de 12, 24 ou 36 poses, e os coloquei contra a luz e meu peito apertou imediatamente. Eram recordações de uma viagem que fiz com família e amigos em janeiro de 2004 para a sempre João Pessoa, talvez a melhor viagem que fiz até aqui. Inesquecível. Revirando mais algumas outras caixas, cobertas de poeira, encontrei um punhado de cadernos e agendas, também antigos, da época do ensino médio. Mais e mais lembranças. Em uma dessas agendas havia uma espécie de relato de uma paixão; na época estava apaixonada por um rapaz lindo e muito popular, e eu, uma mocinha magrela, feinha e muito desajeitada, na melhor das hipóteses, me achavam engraçada. Minhas chances diante daquela paixão eram mínimas, ouso dizer que era zero. Passou. Sorri com o relato, mas tive saudade daqueles meses, talvez mais de ano de um amor platônico que me impulsionava a ir além do que eu pensava que podia. O amor tem dessas coisas, mesmo quando não correspondido. Folheando mais algumas páginas, marcações de aniversários, meu batismo, coisas de trabalho, e por aí vai... Quantas lembranças!
O texto de hoje não é sobre nostalgia, também não é sobre lembranças de um passado às vezes distante, mas sobre os caminhos que trilhamos, mesmo quando não fazemos ideia para onde estamos indo. Sobre os planos que fazemos e nem sempre levamos adiante. Na realidade, é sobre tudo o que passamos nessa vida enquanto seguimos em busca do desconhecido.
Nascemos, crescemos, vamos à escola, pegamos gosto por algum tipo de esporte, ou, por um certo garoto ou garota, música, dança ou outro tipo de arte; crescemos mais e somos obrigados (ou não) a encarar algum tipo de trabalho, continuamos estudando, nos formamos (ou não também) e caímos no mundo. Cair no mundo pode ter vários sentidos, pode estar relacionado a algum tipo de luta por sobrevivência, encarar sozinho um trabalho e um futuro; quando caímos no mundo podemos encontrar alguém para dividir a vida, ou não; podemos dar muito certo em uma carreira, ou não; podemos ser felizes, ou não. 
Quando caímos no mundo, podemos fazer várias escolhas erradas, e mesmo assim sobreviver. Podemos escolher o curso errado e sobreviver; a carreira errada, e sobreviver; o apartamento errado, e sobreviver; o amor errado, e sobreviver; 
A verdade é que estamos em busca do desconhecido, e cair no mundo pode ser uma grande aventura às cegas. É verdade também que não entramos em alguma disputa para perder, uma guerra para ser derrotado, uma batalha para apanhar até dizer chega. Tudo isso é desconhecido para nós, até acontecer. 
Seria tão mais fácil se a vida tivesse um manual de instruções, mas não vem, e mais que isso, nunca nos garantiram que a vida aqui embaixo desse grande mar de nuvens seria fácil, e não é. 
Diante desse deserto de incertezas, dessa estrada que nos leva ao desconhecido, nos resta passar por todas as etapas da melhor forma, sendo felizes e fazendo todos felizes à nossa volta, na medida que nos é possível. Tudo passa tão rápido e perdemos tanto do nosso tempo nos chateando e chateando a outros também, tentando nos justificar diante dos nossos erros e escolhas, e por aí vai. 
Chega o momento em que precisamos seguir em frente, mas para isso é preciso deixar algumas coisas para trás. E tendo que deixar algumas para trás, fica o meu conselho, que inclusive já falei em outras ocasiões, volto a dizer: saia sempre pela porta da frente. Faça da sua passagem na vida das pessoas e em determinados lugares, na pior das hipóteses, agradável. Talvez um dia você precise abraçar novamente e cruzar por aquelas portas pelas quais um dia teve que sair. Saia sempre pela porta da frente. Isso também é um grande legado.

Seja feliz, em tudo! 

Beeejo! 

sábado, 4 de junho de 2016

SAUDADE

Saudade Dói...
Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua,dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ou quando alguém ou algo não deixa que esse amor siga, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando em um ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada;
se ele tem assistido às aulas de inglês,
se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzebier;
se ela continua preferindo suco;
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ela continua detestando o MC Donald’s;
se ele continua amando;
se ela continua a Chorar até nas comédias.
Saudade é realmente não saber!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais longos;
não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso…
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler…
Martha Medeiros

segunda-feira, 30 de maio de 2016

O TERRÍVEL INVERNO DO MEDO

Frio. Como a temperatura tem caído! O inverno se aproxima, o grande inverno das incertezas e do medo. Os dias são nebulosos e o sol parece que nunca mais vai aquecer. Quem nunca se sentiu assim, nu em meio a uma tempestade de neve?
Parece drama, mas é 2016. 
Esse frio tem tomado conta da vida das pessoas rompendo até mesmo o calendário das estações. Uma sequência de más notícias ecoam por todos os lados em uma frequência absurda; dor, fome e guerras repercutem numa naturalidade medonha, como já sendo parte da nossa rotina; as más notícias violam nossa serenidade. Os rumores de dias piores ameaçam nossa paz. Tem sido assim todo o tempo. 
A humanidade caminha para a destruição. Seria esse um Post apocalíptico?
Quantos de vocês tem percebido que o amor tem sido cada vez mais raro, a frequência com que o ódio (em todos os níveis) tem se espalhado? Não digo sobre inúmeros casos de homofobia, intolerância religiosa, xenofobia e por aí vai, digo o amor entre humanos, no geral. Quantos relacionamentos se perderam? Quantas pessoas ultrapassaram o limite alheio desrespeitando e destruindo histórias? Quantas pessoas brincam com sentimentos dos outros como se fossem bola em partida de futebol? Aos chutes? Quantos de nós tem alguma história com final trágico nesses últimos tempos?
Não é drama. É 2016. 
Não sei você, mas muitas vezes me pego pensando no passado e me pergunto quando foi que a vida fez uma curva tão brusca, e as coisas mudaram tanto de direção? Em que momento da história tudo mudou tão duramente?
Será que as pessoas perderam a sensibilidade? Quando foi que as pessoas se tornaram tão frias e insensíveis? Quando foi que seres humanos de opiniões diferentes se tornaram inimigos? Quando foi que debates sobre estupro, corrupção, política, racismo, religião, sexualidade e outros viraram sinônimo de desrespeito? 
Talvez tenha me perdido no tempo e perdido também muitos parágrafos da história, mas prefiro voltar às linhas onde as pessoas eram mais humanas e menos egoístas, onde elas vestiam mais que humilhavam, acolhiam mais que julgavam e ensinavam mais do que oprimiam. Isso não tem absolutamente nada a ver com concordar com o que é errado. Isso é somente sobre humanidade. Os dias têm sido difíceis demais para que, ao final dele, deguste um banquete de tragédias e derrotas impostas. Os dias têm sido duros demais para que a última palavra a ouvir antes de deitar a cabeça no travesseiro seja negativa; os dias têm sido pesados demais para que... O amor tenha se esfriado tanto. 
Hoje, só hoje, ao menos hoje, não quero ampliar a voz dos que propagam más notícias; hoje, ao menos hoje, não quero ler relatos tristes e cruéis de uma sociedade que a cada dia tem se tornado mais fria; hoje, ao menos hoje, não quero ouvir ou ler nada mais que tentem tirar a minha fé em dias melhores.
Hoje, quero me deitar com a mesma certeza de todos os dias... Que um dia, Ele enxugará dos olhos toda a lágrima.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

CEGO POR OPÇÃO



Os meus quase dois graus de miopia me privam de certas coisas quando estou sem meus óculos, os detalhes de uma paisagem, o reconhecimento de alguém conhecido a uma certa distância e até mesmo o destino do ônibus que está impresso no letreiro. É a dura vida de alguém que não possui uma visão em seu perfeito estado. Um universo inteiro por trás de lentes.
Isso foi apenas para introduzir um tipo de cegueira, aquela oriunda de uma paixão. Um universo inteiro por trás de uma paixão. É um tipo de cegueira que não só faz com que o indivíduo perca detalhes importantes da vida, momentos especiais ou boas oportunidades, como faz com que boa parte dela (da vida) passe desapercebida, e não há como voltar atrás. Ao cego pela paixão falta a concepção do certo e do errado, tudo, relacionado à outra pessoa é demasiadamente correto, mesmo que prejudique a si mesmo e a dezenas de pessoas à sua volta; ao cego pela paixão falta a sensibilidade pelas pequenas coisas da vida, trocadas pela simples companhia do outro; ao cego pela paixão falta a certeza de um futuro abundante de sorrisos, abandonados por migalhas de momentos; ao cego pela paixão falta o amor próprio que tanto fere o interior e destrói tudo, inclusive autoestima; ao cego pela paixão falta o amor, principalmente por si. 
O amor é algo tão sublime que não cega, pelo contrário, aguça a visão pelas pequenas lindas coisas da vida, pelos sorrisos e olhares que tornam mais leves os dias; pelos abraços que fazem com que se percam todos os medos, e, mesmo que eles não se vão, ensina a não ser dominado mais por eles; o amor é sublime. A paixão é mal educada, não pede licença e nem cumprimenta, e ao se despedir, despede-se da maneira mais avassaladora e cruel que existe; cruel pois afasta suas vítimas das coisas e pessoas importantes até então em suas vidas, afasta dos amigos, da família, dos prazeres e afazeres; faz com que até o brilho da lua tão apaixonante e ora admirada se perca, se ofusque. A paixão afasta e torna indivíduos vulneráveis, e quando ela se vai, resta uma solidão gritante que ecoa de forma ensurdecedora em tudo o que se perdeu no auge dela. 
Não se permita ser vítima de cegueira. Apaixone-se sim, mas deixe ser guiado pelo amor, ele sim não te deixará abrir mão do que te faz feliz. 
Se a sua paixão te causou cegueira, porém passou, corra atrás do que ela te fez perder, ou do que vc a permitiu que perdesse. Corra atrás de concluir aquele curso de inglês inacabado, aquela graduação tão sonhada porém abandonada, aquela viagem dos sonhos, até mesmo aquela corridinha que te fazia tão bem.
Corra atrás do que te fez feliz um dia e que você não sabe mais o que é sentir. Nunca é tarde para um recomeço, nunca é tarde para voltar a enxergar!