sexta-feira, 25 de outubro de 2013

SONHOS

Tenho uma fábrica de sonhos dentro de mim
Um pulsar que não tem fim
Todo instante uma vontade intensa
Mas o medo insiste em se instalar
Quero de dentro de mim esse medo tirar
Pois onde há medo não há como sonhos realizar.


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

SINCE 1981

Como já havia falado em outra oportunidade, chegar aos 30 foi muito esperado por mim. Idealizei essa idade como se idealiza um futuro, embora desconheça as razões. Simplesmente achava lindo esse par de números e almejei com paixão chegar a ele.
É estranho ver os anos passarem, e preciso confessar que depois dos 20 eles passam muito rápido; acho que de alguma forma inventaram uma nova contagem de horas, dias e anos pra depois que se completam a tal duas décadas, e essa velocidade é assustadora!
E como diz um blog do qual sou leitora assídua: de repente trintei! E cá estou vivendo a minha fase balzaquiana de uma forma muito especial. Não, eu não tenho 30 anos, já passei deles há alguns meses, estou beirando os 32 e acho que parei de contá-los com tanta seriedade. 
Projetei muitas e muitas coisas pra essa fase, e pretendo viver de forma intensa cada uma delas. Fiz planos, muitos deles, talvez planos demais para uma pessoa só, apesar de alguns deles terem sido feitos para compartilhar com outras pessoas. (que romântico!)
Ouvindo algumas balzaquianas (sim, só ouvi mulheres), algumas me disseram que, com o passar dos anos se tornaram intolerantes a alguns comportamentos, opiniões e situações; outras disseram que ficaram mais quietas e caseiras; algumas se casaram e tiveram filhos; outras continuam solteiras; umas trocaram uma carreira por mamadeiras e papéis de esposas dedicadas; algumas conciliaram tudo isso, outras largaram mão de constituir uma família para arriscar algo novo; outras juntaram quase tudo isso e são completíssimas. E eu? Eu não fiz quase nada disso aí e mesmo assim me sinto muito livre, e preparada pra viver algumas delas!
É também engraçado o que o tempo faz com a gente, eu que sempre tive temperamento um pouco explosivo, conforme crescia, em estatura, conhecimento e maturidade, fui me tornando um pouco diferente. ( menos bomba atômica e mais reflexão)
Não, não me tornei em tão pouco tempo um ser humano evoluído de comportamentos brandos, mas diria que um pouco menos colérica que antigamente. Aprendi que refletir antes de algumas atitudes evita muitos aborrecimentos, e ferimentos também. Um tratamento de relacionamentos feridos custa muito mais caro que o investimento em novos, como jardins. Ainda estou aprendendo, e à duras penas, que calar é muito, muito precioso. E juntamente com isso tenho aprendido também a selecionar as minhas boas palavras e sentimentos, e os receptores deles também.
À medida que vou me esforçando a aprender, exercito cada vez mais a tolerância, embora não seja nada fácil...
Sigo essa década boa da minha vida bem consciente do que não vivi, do que estou vivendo e do que não só pretendo viver, como do que posso me sujeitar a viver, tendo planejado ou não e esperado ou não.   
Sempre tive minha mente e coração abertos a novas experiências, porém agora é diferente, essa abertura é cuidadosa embora intensa. As coisas vão começando a ficar contraditórias quando decidimos abrir o coração e mudar de ideia, e não é feio mudar de ideia, só muda quem pensa! (já dizia Pascal)
Mas contraditórias, por quê? Porque conforme a gente vai crescendo passamos a gostar de algumas coisas que não gostávamos antes, freqüentar lugares que resistíamos ir, variar a leitura e até os hábitos. Exemplo disso é ter detestado chocolate branco a vida toda, e agora descobrir uma paixão por ele, que na verdade acho que já era latente.
Essas mudanças tornam-se naturais, e não são ruins. E sigo mudando de ideia, e sempre, e uma vez mais...
E o bom de crescer é que a gente sorri das coisas bobas que nos fizeram mal um dia, não eram bobas na época, mas quando crescemos tiramos a famosa lupa que usamos por tanto tempo, ampliando tanta coisa pequena. E sorrir de nós mesmos é tão saudável (e engraçado), e alivia na gente aquela dor que a maturidade também nos causa, afinal, crescer dói! 
É tão simples e normal ser feliz, e é isso que devemos buscar todos os dias. Ser feliz e fazer pessoas felizes; doar; amar ao próximo e tentar tornar leve os dias. Costumo sempre dizer que a vida é muito curta para se tomar cafés ruins, então, vamos ser felizes minha gente! 
Não sei o que o destino me reserva, mas sei nas mãos de Quem ele está, e sigo feliz, escrevendo e distribuindo amor por onde passo, pois entendo a tamanha semeadura que é a minha vida e pretendo colher muitas coisas boas adiante.

Beeejo!
Soninha Nobre