quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Seja feliz em tudo!

Quando a gente passa dos 30, algumas coisas começam a fazer sentido, outras, a perder o sentido que tinha. Passamos a valorizar mais algumas coisas bobas que antes eram só pequenos detalhes, na mesma proporção que largamos mão de dar aquela atenção à coisas desimportantes.
Há quem pense que aquelas mudanças dos 30 anos seja mito. Eu comprovo de todas as formas que não. Sou uma prova viva da força que esses dois numerais exercem na vida de alguém, especialmente de uma mulher, como essa que vos escreve.
Fases, todos têm e passam por elas. O processo de transição varia de acordo com cada temperamento, com a intensidade de cada um. Eu, fui 'escolhida' a dedo com um temperamento, como a palavra sugere, bem temperado. Além de paraibana, filha de sertanejos, brava ou valente - como assim preferirem - e, intensa no mais intenso dos sentidos. (salve a redundância!)
Há aqueles que acreditam em signos e dizem que "terríveis e intensos" são aqueles que nascem em novembro, os chamados "escorpianos". Particularmente, não acredito e nem me prendo a nada relacionado, mas dizem que essas pessoas são terríveis com relação à intensidade. Pura coincidência, digamos.
Coloco o coração em tudo, a alma vai por completo e despejo sem dó, sem medo de ficar vazia, de doar tudo. Muitas vezes, o impacto de algumas situações geram o vazio e caio em mim me dando conta de que coloquei demais ali, alma e coração, e fiquei quase sem nada.  Não que me arrependa, eu sou assim.
Coloco o coração em tudo. Aposto todas as minhas forças e até a última moeda, mas também em muitas vezes, volto cheia. Cheia de satisfação, força e uma alegria que inunda tudo.
Falando em fases, e fazendo uma retrospectiva, apesar de não ser muito fã delas, às vezes é bom relembrar. Relembrar o que passou nos faz lamentar muita coisa feita, e muitas que deixamos de fazer. Mas sinto que preciso relembrar algumas coisas aqui, reaprender outras ali, aprender aqui, e por aí vai. Quem nunca aprendeu com uma situação que passou? O aprendizado é inevitável, e muitas das vezes, não programado.
Ninguém marca na sua agenda assim: "Quinta-feira, dia 10 de janeiro às 10h, farei uma prova difícil, pois não tenho estudado como deveria. Farei uma péssima prova, minha nota será uma lástima. Mas com isso aprenderei que preciso estudar mais.", ou "Em julho de 2015 terminarei o meu casamento. Amo meu cônjuge, mas foram 3 anos em que poderia ter investido mais, dialogado mais, conversado mais. Mas não fiz. Mas quem sabe um dia ele (a) me perdoe por não ter tentado."
Ninguém se programa dessa forma, não já pensando no pior. Ninguém espera aprender da pior forma. O aprendizado trata-se de um processo natural, mas quando paramos e analisamos a nossa vida, inclusive o que já passou, nos damos conta de que há muito o que precisa ser feito, e, muitas vezes, há muito que precisa ser mudado.
Mudar não é feio. Mudar de opinião não é feio. Se não me falhe a memória foi Pascal quem disse que "só muda de opinião quem pensa". Não vou mentir, mudo algumas vezes de opinião, não é algo frequente, mas depois dos 30 mudei muitas vezes mais.
Antes de chegarem esses benditos 30 anos, passei por fases variadas. Uma delas foi a fase da irritação, onde tudo me irritava, e isso durou muito tempo a ponto de, para os 'de fora', parecer fazer parte do meu temperamento. Me irritava a pessoa falar me tocando; em uma conversa, me chamar a atenção para o assunto mais de duas vezes; me irritava um indivíduo sinalizar aspas com as mãos (sabe como é?); me irritava a pessoa mexer no celular enquanto conversava comigo; me irritavam tantas coisas, que, até a pessoa não se irritar com nada, me irritava. Quanta irritação!!!
A fase da explosão. Sim, explodia com tudo; brigava com todos e por tudo. Assumia a causa dos outros e brigava também no lugar deles, quando esses não queriam brigar. Aí veio o estigma brigona.
A fase da lamentação. Lamentar tudo o que não deu certo, tudo o que não tentei, tudo o que não falei... e bla bla bla. Esta, sinceramente, foi a mais chata de todas.
E por falar em chatice, também teve essa fase. Há quem pense que estou nela até hoje, mas, faz parte, acho bem possível que um pouco de cada fase tenha ficado, mesmo que um tiquinho. Na fase chata, da chatice, tudo era chato. As pessoas, a rotina, as conversas, o trabalho, os estudos, inclusive eu, a mais chata de todos e tudo junto. Uma TPM sem fim!
Tiveram muitas fases, mas se aproximando os 30, houve a fase que mais durou: a fase da preguiça. Não aquela preguiça física de lavar uma louça, arrumar um guarda-roupas, organizar prateleira. Essa preguiça dura até hoje, e não é fase. A fase é de se sentir preguiça de situações e pessoas. Nesta, entra de quebra a fase da irritação. Você sente preguiça de ouvir sempre as mesmas lamentações, as mesmas reclamações. Sente preguiça de ouvir pessoas que não saem da mesma situação há anos; preguiça de ver algumas se apoderarem do sofrimento como se fosse um filho ou um bicho de estimação; preguiça de ver as pessoas reclamarem de situações que elas mesmas permitem... enfim. Preguiça. Só que essa fase é cruel, pois, além de agrupar a fase da irritação, entra também a fase da chatice, pois não há como sentir preguiça de pessoas e situações, sem externar uma chatice cretina!
Que fases! Passei por cada uma delas e hoje só de lembrar tenho vontade de me bater, imagine os santos que tiveram que conviver comigo em todas elas. Deus seja louvado pela maior e melhor de todas as criações: a família! (muitos risos)
Mas o aprendizado também, em cada uma dessas fases, é impressionante. Pensamos inclusive em como podíamos ter nos preocupado ou nos estressado com coisas tão desimportantes? E é exatamente este o sentido, aprender.
Como seria a vida se não pudéssemos extrair experiência de situações pelas quais passamos? Faria sentido enfrentar uma perda sem aprender com os erros? Faria sentido abrir mão de algo importante sem ao menos aprender como poderia ter sido diferente, se tivéssemos agido de outra forma? Ou tentado mais uma vez?
Não. Não faria sentido algum. A verdade é que, para cada situação, há um tipo de aprendizado. E posso te assegurar com propriedade que aprendi demais nessas três décadas, alguns anos (até mesmo por que não sou obrigada a dizer quantos anos né? Hum!) e incontáveis fases.
Não sei o que Deus e a vida me reservam para os próximos anos, mas posso te assegurar que hoje, depois de passar por tantas coisas boas, e muitas ruins também, aprendi muito com a vida. Aprendi muito com as atitudes que tive e não me fizeram viver bons resultados, com aquelas que me levaram a conquistar coisas boas, com as perdas, com as conquistas, com os SIM's e inclusive com os NÂO's que a vida me deu. Com tudo o que Deus me permitiu viver e desfrutar. Com tudo que, dando certo ou não no final, me fizeram ver a vida de outra forma; me fizeram amar mais as coisas simples e a me cobrar menos, e, também, exigir menos das pessoas; me ensinaram a valorizar mais uma pequena corrida ao ar livre, uma brincadeira inocente dos meus sobrinhos, o esforço meio desajeitado dos meus pais a me dizerem - da forma deles - o quanto me amam; a amar mais as pessoas e a aceitá-las da forma que elas são, mesmo sendo difícil aceitar algumas formas, mas entendendo que elas também me amam do jeito que sou; aprendi a perdoar mais e a ser mais tolerante, mesmo tendo sido com dores de parto.
E tudo isso me levou a viver melhor. A viver intensamente cada instante.
Minha gente, viver é muito bom, e a vida? Muito curta aos nossos olhos.
Desejo do fundo do coração que: se você tem menos de 30, não espere para aprender com suas fases, e, se você tem mais, viva intensamente cada minuto da sua vida e seja feliz!
Vamos abraçar mais, amar mais, perdoar mais, expressar mais os sentimentos, tentar mais, tentar uma vez mais, e outra vez mais, viajar mais, curtir mais e sorrir mais!
Ser feliz é tudo de bom, com Jesus então, a alegria é completa!

Seja feliz em tudo!
Beeeejo

Soninha Nobre

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

ACHO QUE NÃO TENHO TÍTULO PARA ISSO

Sem drama, com tristeza e muitas delongas, pois o tema exige. Ontem o dia teve tudo para ser um dia bom e feliz, e foi, até certo ponto. Foi a festa de aniversário da nossa princesinha Nanda, foi também o dia da festa democrática, porém, também foi o dia da morte de alguns sentimentos como admiração, consideração e respeito por algumas pessoas, infelizmente. Eu tinha tudo para terminar o dia feliz, dormir feliz, mas não aconteceu. Tive uma festa linda, reuni amigos e familiares em uma reunião gostosa, exerci o meu direito de cidadã consciente e celebrei a democracia (mesmo que muitos não respeitem isso), minha candidata venceu. Enfim, tinha tudo para dormir feliz, mas pelo contrário, dormi e acordei triste. E com drama zero, chorei, e chorei muito, e choro também enquanto escrevo essas palavras, pois elas estão carregadas de pesar. Tive uma noite aperriada por demais. Sonhos ruins, cochilava e acordava, aperreio novamente, chochilava e acordava, mais aperreio. Ontem quando cheguei em casa fui dar uma passeada pelas redes sociais, postar umas fotos de alguns momentos do dia, enfim, como gosto de fazer. Nesse passeio me deparei com mensagens de insultos, indignações, revoltas, ódio, o que até então achava normal em um caso como esse, como acontece quando clubes perdem um campeonato, ou coisas do tipo (calma, não estou comparando a Nação com Futebol, longe de mim). Normal, a não ser quando essas mensagens passam a ofender de forma estranha. Estranha não por não esperar de quem tenham vindo, mas também do teor dessas palavras, que faz com que os emissores só percam a admiração de outras, e, em muitos casos, o respeito também. E isso tudo é triste.
Aos que querem e até ameaçaram ir embora do país, boa viagem e que você tenha sorte em outro país, mas antes de ir estude muito aqui, e não estou sendo irônica, só conheço pelo menos 50 que foram embora do país para trabalhar e estudar fora e conheço, indiretamente, essa realidade; aos que se indignaram e chamaram os eleitores de burros ou que esses pensam com o estômago e não com a cabeça (se referindo aos benefícios do Governo Federal aos mais necessitados), lamento que a inteligência de vocês seja bem inferior a de um pobre miserável que recebeu uma dessas bolsas por um bom tempo, estudou e está prestes a se formar em uma universidade de respeito (e conheço vários que assim foram); aos que praguejaram e amaldiçoaram a nação com palavras do tipo "Durante os próximos 4 anos vou jogar na cara de quem votou no PT todas as desgraças que vamos ver"[sic] " "quando o Brasil estiver submerso em merda, pois já está afundando, quero ver petista seboso pedir socorro, vou ajudá-lo a morrer afogado na merda."[sic], "quando essa safada dessa mulher terminar de afundar essa bosta de país eu estarei bem longe daqui, tomando meu espumante em algum restaurante chique de Paris."[sic], e, o pior de todos "tomara que Deus feche os olhos pra essa gente que votou nesse partidinho de merda e que todos morram de fome."[sic], como se Deus e mer** coubessem na mesma expressão. A todos esses, eu - além de pena- desejo tê-los bem longe dos meus olhos e da minha vida, pois já acho a nossa nação castigada demais, desde sempre, para ter como filhos dessa terra, pessoas de alma tão pequena e insana. O Brasil não precisa de vocês, não com esse tipo de pensamento e expressões; e, por ultimo, aos preconceituosos que até então sempre foram 'enrustidos" e que vomitaram piadas de mal gosto, expressões chulas e baixas (jurando que todos achariam graça delas) com relação aos Nordestinos. Pessoas essas que julgaram a então Maiara Petruso que, para quem tem memória, quando Dilma ganhou em 2010, pediu para que fizéssemos um favor a SP, afogando um nordestino, essas mesmas pessoas que a julgaram em redes sociais, e as mesmas pessoas também que condenavam atos de racismo que alguns torcedores do Grêmio tiveram com relação ao goleiro Aranha, aqueles que jogaram banana para o Daniel Alves, enfim, aqueles que se indignaram com tantas formas de preconceito e de todos os tipos, usando hashtags como #TodosSomosMacacos, #PreconceitoNao, #DigaNaoAoPreconceito e #FechadoComOAranha, na minha rede social, foram os mesmos que ontem vomitaram asneira dizendo que podiam separar o Nordeste do Brasil, que enviassem a presidenta só pra eles, que não aguentava mais essa cambada de pobre morto de fome que não tem coragem de trabalhar e quer passar o resto dos dias com benefício do governo. Para vocês preconceituosos baixos, vou dizer uma coisa: só quem passou fome no NORDESTE, só quem já sofreu com a seca, a falta de pão na mesa e falta de trabalho e oportunidades decentes para seus familiares podem entender o que é a sombra da miséria. Eu vivi na sombra da miséria, meus pais, muito mais, MUITO mais que eu, sofreram essa palavra maldita com todas as forças de sua expressão, e podemos afirmar com propriedade o sentimento dessas pessoas que votaram pela continuidade do fim dessa palavra nojenta. Eu gostaria de pedir para que cada um de vocês, sim, vocês preconceituosos que disseram que nunca mais viajariam para o Nordeste, pois vocês do Nordeste só devem conhecer suas belas praias e quem sabe seus Centros Históricos, vocês não conhecem a história do Nordeste tampouco o seu histórico, que vocês dobrassem os seus joelhos diante de Deus e pedissem perdão por pensarem dessa forma. Por não se colocarem no lugar de quem já sofreu tanto, e sofre ainda, de quem sempre foi castigado pela seca (Sim, aquela seca que SP sofre hoje e tem os olhos do Brasil todos voltados para lá), quem sofreu até hoje preconceitos de todas as formas. Que Deus perdoe vocês. Que Deus nos perdoe por termos essa mentalidade tão mesquinha, essa mentalidade tão egoísta, essa mentalidade que só machuca. Hoje, o meu sentimento é semelhante ao sentimento de luto, e não é esse luto aí que as pessoas têm demonstrado com relação ao novo Governo que será estabelecido a partir de 1º de Janeiro, é luto de morte, perda, morte de sentimento de respeito, consideração e admiração por pessoas que, com atitudes como essas, jogam por terra algo que a gente demora a conquistar: confiança. Minha esperança não morreu, meu amor pelo país jamais morrerá, e hoje, minha oração é que Deus abençoe mais ainda esta nação, abençoe cada liderança, e abençoe cada pessoa que perdeu o seu precioso tempo e a oportunidade de abençoar a nação e as pessoas, vomitando tamanhas barbaridades. DEUS ABENÇOE O BRASIL! DEUS ABENÇOE VOCÊ!

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Carta aberta a Espedido Nobre

Essa noite sonhei com meu vô Espedito Nobre, meu "pai véi", como chamávamos quando éramos pequeninos. Ele partiu para a eternidade em 5 de março de 2007, e de lá pra cá nunca deixamos de sentir sua falta, um só dia que fosse. No sonho, ele não havia morrido, tinha se mudado para um lugar longe, outro país, e por isso não o víamos mais. 
Quando despertei desse sonho estava atrasada para o trabalho, mas senti uma saudade tão grande e resolvi brincar com esse sonho, escrevendo uma carta pra ele, como se ele estivesse em algum lugar onde um carteiro pudesse chegar. Abaixo, minha carta, porém peço que desconsiderem o excesso de insanidade e emoção.



Brasília, 18 de setembro de 2014.


Oi Vô! Como você está? Hoje fazem 7 anos, 6 meses e 13 dias que você se mudou pra esse lugar aí, e, espero que ele seja maravilhoso mesmo como dizem, pra ter que nos largar aqui nessa saudade doida e sem você por perto.
Continua cheiroso? Os perfumes aí são como os que eu te dava pra ficar sempre perfumado? Ainda posso sentir o seu cheiro... 
Por aqui não anda nada bem viu vô, mas não quero te deixar preocupado. Temos aprendido a nos virar sozinhos e, aos trancos e barrancos, ainda conseguimos fazer um bom bife e um rubacão parecidos com o seu, mas não iguais. E Tia Fátima ainda continua fazendo bolos de caco maravilhosos. 
As coisas aqui mudaram demais, demais mesmo. Depois que você partiu, alguns dos seus netos se casaram, e outros deles vão se casar nos próximos meses. Daríamos tudo pra tê-lo aqui para celebrar conosco esses momentos. Ah, também nasceram lindas e abençoadas criancinhas, seus netos, Pietra, João Roberto e Israel, e seus bisnetos Nanda, Murilo, Biel, Pedro, Isabela, Eduarda, Larissa, Bianca... todos eles são lindos e maravilhosos, acrescentaram uma alegria imensa à nossa família. 
Depois que você se foi, não nos reunimos mais com tanta frequência, e algumas coisas infelizmente se perderam, mais do que gostaríamos ou esperássemos. Acho que em algum momento, todos nós demos umas vaciladas e acabamos magoando uns aos outros, mas aos poucos temos procurado consertar as coisas. Mas... é complicado. Se você estivesse aqui muita coisa teria sido evitada, mas jamais vou culpa-lo por isso. Você cumpriu seu tempo conosco... mesmo achando que você poderia permanecer mais 100 anos aqui, acho que seria o suficiente.
Vô, algumas pessoas também foram embora, partiram daqui. Alguns amigos seus, parentes, e ontem, um grande e admirável amigo, Tico... Chico crente, lembra? Pois é, a partida dele está nos causando uma dor imensa. Mas vai passar e sei que vai ficar uma saudade, como essa que nos castiga todos os dias! 
Vô, muitos dos seus netos se formaram, e outros estão caminhando pra se formar. Você fez falta em algumas formaturas viu? E como!
Ah, não adiantou correr atrás de mim com aquela barata viu, ainda continuo com muito medo, talvez mais. Mas tenho algo bom pra te falar, a seleção masculina de vôlei do Brasil está nas semi-finais do mundial, e não há um sequer que assista aos jogos e não se lembre quando você nos acordava de madrugada pra ver os jogos. É a sua cara! Obrigada por ter nos dado essa paixão. Você ia gostar dessa nova seleção, estão excelentes!
Ah vô, ia me esquecendo de dizer, lembra da minha prima Leila? Filha de Luis e Santa? Ela venceu bravamente um câncer de mama vô, e hoje está feliz, curada e mais forte que antes! Que coisa maravilhosa né? 
Quero que você saiba que sinto sua falta todos os dias. Já passamos por tantas coisas aqui. Tantas. Todos nós sentimos. Seus filhos choram a sua falta sempre que se encontram. Você é e sempre será um pedaço de nós, e mesmo que percamos tudo, esse pedaço sempre estará aqui. 
Te amo, pra sempre, e um dia iremos nos encontrar. 
Um beijo, e um cheiro, meu veinho!!!

Sua neta magrela, sua beleza, Soninha.


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

QUANDO APRENDEMOS A VOAR


Há um bom tempo comecei uma viagem, não fui eu quem a programou, mas segui e embarquei nesse trem. Nos primeiros momentos era tudo maravilhoso, não tinham muitas preocupações ou responsabilidades, não precisava me preocupar com o dinheiro, só aproveitava tudo o que essa viagem podia me proporcionar. Não foi assim por muito tempo, em algum momento algumas responsabilidades me foram conferidas, outras preocupações pesaram e então, hora de apertar um pouco o cinto! Nesse trem conheci pessoas maravilhosas e que estiveram ao meu lado por um longo tempo. Não consigo me lembrar quando foi que essa viagem começou a me cansar, mas comecei sentindo um incômodo com a poltrona, e foi então que senti minha postura mudar. De repente passei a achar o vagão pequeno e algumas pessoas que estavam lá começaram a me parecer indiferentes. Havia algo de muito estranho acontecendo comigo. Em alguns momentos da viagem, enquanto observava aquelas pessoas, percebi alguns casais se separando com a partida, e outros, se aconchegando com a chegada; filhos deixando seus pais e indo para o próximo vagão, outros, desembarcando em alguma estação, alguns seguindo sonhos e projetos para talvez voltarem um dia, ou não; vi também, ao observar pela janela, paisagens lindas, belas montanhas, e em alguns trechos, praias belíssimas; vi acontecimentos ruins, de violência e perdas, de desastres sentimentais e naturais também; vi tantas coisas que, em algum momento, me cansei de registrá-las em fotografias ou em letras, então, passei a guardá-las apenas na memória, em lembranças. Comecei então a observar a todos que estavam no vagão comigo, e alguns tão constantes em tudo, e outros que foram tão próximos e amados um dia, e, tragicamente, se tornaram o pior tipo de estranho, aquele que um dia tanto conhecemos.
Foi então que decidi mudar de vagão, fui para outro com uma poltrona mais confortável, até mesmo por que o tempo foi passado e minha juventude já não era a mesma. Me acomodei deliciosamente nela, e observei que a passagem que ligava o atual vagão ao anterior permanecia aberta, o que me permitia transitar sempre que preciso para rever aquelas pessoas que, por alguma razão decidiram continuar no mesmo vagão, e também reviver algumas lembranças. Outras, desceram em uma estação, a estação da eternidade. Mas meu vagão era outro agora, e, curiosamente observei que existiam outras pessoas comigo nesse vagão, algumas delas estiveram sempre comigo, em todos os vagões pelos quais passei, e outras eram rostos novos, diferentes, mas muito agradáveis e que tornaram essa viagem bem mais leve. Como no outro vagão, as paisagens eram as mesmas, e o que via lá fora, muitas vezes se repetiu, mas o ambiente era outro, os pensamentos, e os sonhos também. 
Nesse vagão passei por muitas coisas, perdi muitas outras, machuquei algumas pessoas e também fui ferida, ganhei incontáveis experiências e lições, acho que ensinei também em algum momento, aprendi que nem sempre (e quase nunca) as coisas acontecem como planejamos. Sofri desilusões, amei sozinha, doei mais do que podia doar, então fiquei sem algumas coisas. Sorri demais e também chorei, fiz outros sorrirem também. Gastei muitos lápis escrevendo histórias bonitas que gostaria que fossem minhas, mas eram de outros.
Até que chegou o dia. O dia em que novamente passei a não caber mais naquele vagão. Foi então que olhei adiante, para o próximo, e tive medo do que vi. Vi um vagão sem poltronas e também sem teto, e pensei comigo: é muito perigoso! Ali posso me molhar, perder o equilíbrio, e quem sabe cair! Não, ali eu não consigo! É assim quando surgem alguns novos desafios na nossa vida, algum novo vagão que surge no nosso trem. 
Foi quando ouvi uma voz que me disse: não filha, eu não vou te deixar cair. Talvez permita que você tropece algumas vezes, mas vai ser para que você aprenda a se equilibrar; talvez eu deixe que a chuva molhe você, mas é para que você aprenda valorizar os dias de sol, e, quem sabe até a sentir frio, mas, cair? Não... não vou deixar. É lá que vou te ensinar a voar. 
​Foi assim que aprendi que nessa viagem não estamos sozinhos. Quem opera esse trem, jamais nos deixará desistir e estará conosco para sempre, até a consumação dos séculos! 

Beeejo!

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Nove de julho de dois mil e quatorze

Esta manhã acordei assombrada com um sonho ruim às 5h30. Não foi nada relacionado ao fim do sonho do hexa campeonato mundial para a Seleção Brasileira, neste ano. Mas, não consegui mais dormir a partir do momento que comecei a me lembrar disso, e lamentar. No horário de me preparar para o trabalho, levantei, fiz o que devia fazer entre banho, escolher uma roupa e um calçado, me perfumar, tomar o café da manhã e partir para um novo dia de trabalho, afinal, a vida não pára.
No caminho recebo um exemplar de um jornal local. Escuridão. A capa era negra, com apenas um placar aceso ao fundo indicando a quantidade de gols da partida de ontem. Um pesadelo. Difícil de acreditar. Hesitei em abrir o jornal com o pensamento: "já chega, já basta de sofrimento, vamos seguir adiante!" Mas abri, e nas próximas páginas haviam informações do PIB, os atentados contra Israel, e outras coisas mais, inclusive o inquérito aberto sobre a máfia dos ingressos da Copa.
Jamais olhei para o Brasil como apenas o país do futebol, e ele é o país do futebol, mundialmente, mas como amante de um bom futebol e dessa seleção que já nos deu tantas alegrias (e não falo apenas da formação atual), ​fico triste, e muito, claro. Isso é natural e não é nada de exagero como alguns críticos de plantão já começam a externar.
Perguntei a uma das minhas irmãs: "somos nós que estamos tristes, ou a cidade está mais triste e fria hoje?", ela me responde: "as duas, acho". E é exatamente esse o sentimento, tristeza e frieza.
Ao chegar no prédio onde trabalho, antes de seguir para o hall dos elevadores, vejo um grupo de 3 pessoas com copos de café aos risos, e muitos, e todos com a camisa do Brasil. Pensei, é isso! Isso é torcer de verdade, e não falo de patriotismo que não está diretamente ligado, falo de torcida. 
Quantos vascaínos aposentaram suas camisas depois de uma derrota? Quantos flamenguistas abandonaram seu escudo depois de campanhas ruins? Quantos torcedores de times diversos queimaram suas camisas depois de desclassificados? 
Quem teve a oportunidade de ir aos estádios ver a alguns jogos deste Mundial, viu o respeito que os torcedores de outros países têm por suas seleções, suas camisas. Andando pela cidade, pós jogos, podia-se ver estrangeiros curtindo as tardes e noites brasileiras, vestindo seu manto, e amando suas seleções. Mas é bom ver que brasileiros também fazem isso, e amam, independente das vitórias ou derrotas. 
Meu sentimento hoje, na verdade é saber que o Brasil não leva o hexa, mas leva o título do país que fez e está fazendo, a melhor copa de todos os tempos, e isso não é a opinião de uma brasileira apaixonada pelo seu país, com todas as suas qualidades e seus defeitos, é a opinião do mundo, de grandes críticos estampada nos jornais de maior circulação do mundo, isso mesmo, do MUNDO!
A admiração das pessoas mundo afora pelo Brasil ecoa não pelos estádios maravilhosos que até emocionam quem pisa lá, não por causa do futebol jogado pelos jogadores brasileiros (visto que isso não marcou muitos pontos), ecoa na paixão cantada à capela durante o hino nacional, ecoa na educação e hospitalidade do povo brasileiro ao receber uma diversidade de turista, de toda parte do mundo; são latinos, americanos, europeus, asiáticos, africanos, do norte, sul, oriente, ocidente. Ecoa na grandeza de uma país que é mais do que futebol, na alegria de quem consegue driblar tantos problemas culturais, sociais e econômicos que já vem de tantas épocas, e sorrir diante de um mundo o qual recebe de braços abertos, feito o Cristo lá no Rio. Ecoa através de uma alegria que contagia, através de um sorriso de: "bem vindo ao país da alegria! O Brasil é todo seu!"
A tristeza aliviou, e chorei.
Chorei por me sentir parte dessa parcela que passa a imagem de um povo que ama o seu país, que faz a sua parte para torná-lo um lugar ainda melhor, que ama suas praias, sua cultura, sua história. Aquela parcela que acredita sim que ele pode mudar para melhor, que acredita em um novo tempo, e que, pede a Deus para guardá-lo e abençoá-lo, sempre fazendo a sua parte. 
Brasil, eu acredito em você! Viverei para que um dia, meus filhos acreditem e lutem por você!
Sou filha do seu solo, mãe gentil! 


sexta-feira, 4 de julho de 2014

VOCÊ MERECE SER FELIZ



Nos meus 32 anos, 7 meses e 3 dias de vida (não, nunca tive problemas em revelar a minha idade), jamais havia presenciado dias como esses. Copa do Mundo no meu país, um espetáculo sensacional, a oportunidade de ver alguns jogos na cidade aonde vivo, o sorriso e olhar de satisfação dos meus compatriotas, além de uma revolução sendo preparada nas urnas, por se tratar de ano eleitoral, e muitas outras coisas acontecendo. Talvez não viva isso uma outra vez, e talvez nem mesmo meus filhos venham a viver isso um dia. 
O texto não é sobre o Mundial, tampouco sobre política, absolutamente, mas, como todos esses grandes eventos, também jamais presenciei uma época como essa, em outro aspecto, e você vai entender isso nas próximas linhas. 
Há dias tenho andado inquieta. Dormido e acordado diferente. Me sinto incomodada como se eu estivesse devendo algo a mim mesma, ou talvez ao mundo. Sinto uma vontade imensa de abraçar algumas pessoas que estão ao meu redor, passando por momentos de sofrimento (e não são poucas) e arrancar aquela dor de alguma forma, mas não posso. E acredite, isso me incomoda profundamente, principalmente porque já tive dores como essas e não tive ninguém que pudesse arrancá-la de mim.
​Relações que terminaram de forma trágica, projetos interrompidos, famílias destroçadas por perdas, e algumas, irreparáveis; São também ​carreiras estacionadas, sonhos perdidos em um tempo de tantas incertezas, em um tempo de tantos obstáculos difíceis de se remover. Difíceis, embora não impossíveis. 
A verdade é que tenho vivido um tempo e convivido com muitas pessoas infelizes, por toda a parte, como nunca antes. E ser feliz é algo tão bom, tão precioso, que não consigo entender tantos desencontros assim. 
Por que tanta dificuldade em ser feliz? Por que tanta barreira para viver algo que não faz mal a ninguém? 
Tenho visto por aí, e com uma frequência absurda, tanta gente reclamando que não aguenta mais esperar por algo que elas lutam há tanto tempo, porém, sem resultados. E me pergunto, será que o erro está nelas que não sabem esperar? Ou talvez elas estejam esperando viver uma utopia, algo que jamais vai acontecer? 
​São tantas dúvidas que talvez jamais sejam esclarecidas, juntamente com desejos que jamais vão acontecer, e isso não é pessimismo. 
Já vi mães sepultando filhos e é algo que dói só de ver; ​já vi pessoas (e me incluo nesse grupo) se despedirem para sempre de outras para a eternidade, e ter que conviver com a perda dia após dia, sofrendo a falta e a dor de nunca mais encontrá-las, aqui. Já vi também pessoas serem acusadas de algo que não fizeram, não judicialmente, falo de normalidade de dias, onde elas precisam se defender incansavelmente e não haver quem acredite. Já vi pessoas interromperem projetos e outras, sonhos, por falta de condições financeiras. Já vi pessoas terem que mentir possuir uma vida diferente da que tem, e conviver normalmente com isso, e sofrendo. Já vi pessoas sendo traídas, e ao descobrirem, feridas de morte. Já vi muita coisa ruim por aí, e não muito distante, acredite. E tudo isso deveria ser proibido, deveria vir em caixas com uma daquelas plaquinha que sinalizam perigo, com uma caveira imensa estampada. Mas não são. Elas estão soltas ao acaso e não esperamos ter que enfrentar nada disso um dia, e mesmo assim enfrentamos.
O que posso dizer a essas pessoas pelas quais estou cercada, é que a dor passa. Um dia ela passa, tudo bem que nem sempre é rápido, mas passa. Diria também, embora pareça clichê, que tudo tem um sentido na nossa vida, e que de tudo podemos tirar aprendizado. Sim, aprendemos com o ganho e também com a perda, com as feridas e também com a cura, com as vitórias e inclusive com as derrotas, com os SIM's e estranhamente com os NÃO's também. De que valeria passar por tantas dificuldades e não extrairmos algo bom delas? Não faria sentido. E, mesmo que seja difícil acreditar, há sentido para tudo, e há propósito para tudo que vivemos. 
Diria algumas coisas mais, claro, mas uma importante é que guarde o seu coração. Ele é um tesouro que pode ser compartilhado com muitas pessoas, mas não qualquer pessoa. É algo precioso e delicado que pode vencer muitos obstáculos e pode ajudar muitas pessoas a serem melhores também. O coração é um depósito de vários sentimentos, bons e ruins, mas que não foi feito exatamente para os ruins, acho que é por isso que muitas vezes quando alguém tem constantes atitudes ruins, dizemos que ela não tem coração. É exatamente por isso, pois um coração não deveria armazenar sentimentos ruins. Guarde-o desses sentimentos, e abra-o para coisas boas. Um coração armado de bons sentimentos e intenções é mais propício a acreditar... acreditar que, embora tudo ao seu redor prove o contrário, é possível sim ser feliz. Você será feliz. Você merece ser feliz!

Beeejo

Soninha

quinta-feira, 29 de maio de 2014

AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ



Hoje me peguei pensando nas voltas que o mundo dá. Algumas dessas voltas chegam a ser engraçadas, outras tristes, felizes e algumas outras, trágicas. Que ele dá voltas, é de se esperar, mas nem sempre estamos preparados para encará-las.
Não é sempre que esperamos receber um NÃO, um adeus ou um pedido inesperado (seja ele bom ou ruim); nunca esperamos pela traição ou enfermidade... esses são tipos de acontecimentos que batem à nossa porta repentinamente, e sem avisar nos pegando de surpresa; quando nos candidatamos à determinada vaga, vamos preparados para uma disputa, pois essas costumam atrair vários candidatos, mas não esperamos perdê-la, claro que não! Seria ilógico! Caso contrário, nem perderíamos nosso tempo e nem nos desgastaríamos com um "fica para uma próxima oportunidade".
A verdade é que nem sempre estamos preparados para o que o destino nos reserva.
Há muitos anos atrás trabalhei em uma grande instituição. Amei trabalhar lá, e lá talvez tenha aprendido o real sentido de ter um emprego, além de um ótimo salário. Lá também dei meus primeiros passos em busca de uma carreira, um propósito. Certa vez, meus colegas de trabalho e eu presenciamos uma cena que, a principio pareceu engraçada, apesar de um acidente, e terminou de forma trágica. Uma jovem moça da empresa de serviços gerais foi limpar um determinado local e deixou o chão úmido, uma pessoa passando acidentalmente tropeçou em um balde e caiu. O constrangimento foi grande, e poderia ter sido grave, mas graças a Deus não foi, mas por outro lado, foi pior. Aquela pessoa agrediu verbalmente a jovem moça que estava limpando e a humilhou com toda sorte de ameaças, gritos e um lixo de críticas, inclusive dizendo que na vida, ela só serviria para limpar chão (não que esta seja uma tarefa desonrosa, nunca! Pelo contrário, tem sua importância e merece respeito e reconhecimento como qualquer outra). A situação passou, não sabia ao certo se deixara marcas ruins naquela jovem, acreditava que não, mas aí está aonde quero chegar, nas voltas que o mundo dá.
Quando me sobra tempo entre um trabalho e outro, e minhas tarefas pessoais me permitem, faço revisões de textos e uma pessoa entrou em contato perguntando se podia revisar o seu trabalho de conclusão de curso. Topei e, finalizando, o seu nome naquele trabalho me pareceu familiar. Liguei para avisar que já havia terminado e perguntei mais sobre ela, que deve ter achado estranho aquela minha atitude, por não se tratar de um trabalho que gere uma proximidade, digamos que pessoal. Mas após algum tempo de conversa nos reconhecemos. Ela, aquela jovem que foi humilhada, hoje concursada, casada e se formando no curso de Direito por uma grande universidade da cidade, além de ter sido aprovada no exame da Ordem quando ainda nem havia concluído sua graduação. Se ela se recordava daquele episódio lamentável? Sim, só por que a lembrei, mas que desde o ocorrido nunca havia pensado a respeito. Este é um exemplo real de voltas que o mundo dá, mas também é um excelente exemplo do que fazer com as críticas negativas e destrutivas que recebemos: ignorá-las, esquecê-las e seguir adiante!
Talvez você tenha parado na metade do caminho por que alguém disse que você não servia, que não levava jeito ou que não era bom o suficiente; talvez você não tenha se arriscado com receio da reação de terceiros, ou se preocupando com opiniões de pessoas que nada têm a acrescentar na sua vida, digo isso pois há opiniões de pessoas que fazem parte da nossa vida, que importam sim a nós, especialmente se essas sempre estiveram ao nosso lado, mas se prender demais a opiniões alheias e procurar ser o que as pessoas querem que sejamos, não nos levará a lugar algum.
Siga adiante, mude de curso se quiser, tanto cursos educacionais, como cursos no sentido de direção! Mude! Mude de opinião, e isso não é feio nem errado, só muda quem pensa! Dance, cante, escreva, desenhe, caminhe, corra. Se inscreva em alguma maratona e comece! Todas as grandes realizações um dia tiveram o seu começo e toda chegada teve uma largada. Siga o seu coração e acredite no seu potencial, não permitindo que pessoas que não sonhem como você e com você, destruam o que você possua de bonito... seus sonhos.
Algumas voltas que o mundo dá me fazem rir. A garotinha apaixonada que não era tão bonita, levou um fora e depois de algum tempo se tornou espetacularmente linda, por fora, pois por dentro ela sempre foi e infelizmente muitas pessoas não se importam com o interior; aquele rapazinho nerd que era desprezado, cresce e conquista uma grande carreira e realiza grandes feitos; são muitos exemplos que não caberiam aqui...
O que quero dizer é que, o mundo dá voltas e voltas e voltas, e devemos zelar pela nossa integridade e valorizar as pequenas coisas, pois não sabemos o que o amanhã nos reserva. Não sabemos inclusive em quem vamos nos tornar, de quem vamos precisar e aonde precisaremos voltar.
Se eu pudesse te dar um conselho hoje seria: saia sempre pela porta da frente. Faça da sua passagem na vida das pessoas e em determinados lugares, na pior das hipóteses, agradável. Talvez um dia você precise abraçar novamente e cruzar por aquelas portas pelas quais um dia teve que sair.
Saia sempre pela porta da frente. Isso também é um grande legado.

Beeejo!
Soninha Nobre



sábado, 19 de abril de 2014

CARTA PARA DEUS

Querido Deus,

Nesses meus 32 anos já vi muitas coisas. Sim, carrego uma bela bagagem que foi pesada por muito tempo, mas hoje, diante de algumas coisas que a própria vida me ensinou, ela tornou-se leve, por minha decisão.
Há quem diga que não vivi quase nada, que tenho muito o que aprender (dessa segunda parte eu não tenho dúvidas), mas há também quem diga que não acredita que eu tenha passado por tantas coisas, no auge da minha juventude. Às vezes me sinto ‘velha’, outras, uma criança.
O que seria de mim se não fosse o Senhor? Como teria passado por algumas provas e desertos se Ele não estivesse comigo? A resposta é simples: NADA. Não seria nada tampouco faria nada se a força fosse minha e se os passos fossem meus.
Já vi tantas coisas por essas estradas por onde passei, e passo. Por muitas dessas estradas ainda traço um vai e volta no meu dia a dia. Nelas, vi oportunidades incríveis e algumas delas abracei, outras perdi, passaram; vi e convivi com pessoas incríveis e absurdamente bondosas, mas também cruzei com pessoas de índole má com péssimas intenções que me fizeram sofrer; vi também pessoas fazendo outras que amo sofrer, usando-as e depois jogado fora, desconsiderando-as, mentindo, acusando-as, julgando-as sem conhece-las bem, e sem ao menos parar para ouvir suas histórias; vi mães enterrando filhos e filhos enterrando pais, tornando-se órfãos e ambos lutarem contra uma dor dilacerante;  vi carreiras sendo esquecidas, sonhos sepultados e esperanças perdidas; vi uma gravidez sendo interrompida, melhor, vi várias delas; dinheiro sendo roubado e sociedades desfeitas; vi famílias destruídas; fui ferida de morte muitas vezes, por atitudes e palavras de pessoas que amei e compartilhei amizade. E amor. Doeu em lugares que eu nem sabia que existiam. Sobrevivi; ganhei, perdi, sofri, acredito que tenha feito outros sofrerem també, amei e também me amaram muito; fui vítima de mentiras que me fizeram sentir do tamanho de uma formiga, exposta à diversas pisadas; vi minha família sofrer um número incontável de danos. A vi ser lançada ao esquecimento por não ser possuir tantos bens e mal sabiam eles (que os lançaram ao esquecimento) que os bens que essa família possui tem um valor inestimável. Valorosíssima, preciosíssima; vi e continuo vendo coisas terríveis, difícil de acreditar que foram e são causadas por humanos.
Quando foi que deixamos de ser humanos? Será que foi quando encaramos a possibilidade de ganharmos mais dinheiro e acumular riquezas? Será que foi quando surgiu a oportunidade de ter poder, nos tornando ambiciosos? Ou será que foi quando deixamos nossas vontades e aspirações acima de tudo, das pessoas e seus sentimentos, da família e demais, inclusive dos ensinamentos que Ele nos deixou?
Não sei, não entendo e nem sei se quero entender ao certo.
A verdade é que sigo o meu caminho procurando nunca fazer às pessoas, o mal que algumas outras me fizeram.
Escolho o amor sempre e escolho Você!

Te amo.

Com amor,
Soninha Nobre

quarta-feira, 9 de abril de 2014

RIQUEZAS NO CEMITÉRIO

Quantas vezes você já se perguntou por qual razão está neste mundo? Por que você veio a esse mundo, por qual razão está aqui, quem você é, o que você pode fazer ou para onde está indo?
Todos nós fazemos essas perguntas, por muitas vezes, durante a nossa trajetória aqui. A resposta é simples e ao mesmo tempo muito complexa: TUDO QUE DEUS CRIOU, ELE CRIOU COM UM PROPÓSITO E UM DESTINO.
Cada ser humano foi criado por Deus para viver uma vida com significado e propósito, não para viver uma vida só por viver. Acontece que muitas vezes, nos pegamos questionando os porquês de passarmos por determinadas coisas aqui neste mundo. Por que enfrentamos enfermidades que nos assolam e assolam as nossas famílias, por que enfrentamos perdas que nos fazem sofrer, por que passamos por privações que nos fazem duvidar do socorro, e por que nos encontramos sozinhos em alguns momentos quando o que mais precisamos é de um abraço acolhedor?
Esses questionamentos podem ser até válidos em algum momento, mas enquanto você não descobrir qual o propósito para qual foi criado, você nunca será realizado. Nunca! Você estará frustrado, desiludido, cansado e murmurando... Sem saber que vive influenciado por pensamentos malignos.
Muitas vezes, diante de uma frustração na vida, você pode ter se perguntado ou até mesmo perguntado a Deus, para que você nasceu? Muitos acham que nasceram pra trabalhar, conquistar, e em seguida se aposentar. Você não nasceu só para se aposentar, ou morrer! Muitos acham que nasceram para conquistar uma carreira de sucesso, acumular riquezas, constituir família e dar e essa família uma referência profissional. Muitos acham que nasceram para ficar ricas, e acabam morrendo pobres. Querem conquistar, se formar, amar, se casar, ter filhos, viver uma vida confortável e morrer tranqüilos. Se é que é possível essa afirmação.
Não importa quem você seja, ou quanto dinheiro você possui e acumulou, quantas graduações concluiu, ou quantas viagens fez. Você não nasceu para algo tão supérfluo.
A maior tragédia da vida não é a morte, é algo muito pior que a morte, A MAIOR TRAGÉDIA É VIVER UMA VIDA SEM PROPÓSITO. Mais trágico do que estar vivo é viver sem saber para quê. É como estar morto, e é terrível saber que a maioria das pessoas morrem sem saber por que nasceram.
Conta-se a estória de um rapaz que perguntou a Deus qual era o lugar mais rico de todo o planeta. Talvez esse rapaz esperasse uma resposta como as minas de ouro, as fontes de petróleo... enfim, lugares extremamente ricos. Mas a resposta de Deus não foi a que aquele rapaz esperava, foi simples e direta: O CEMITÉRIO.
Talvez você passe por ele todos os dias ao ir para o trabalho, ou talvez more próximo a um. Sim, o cemitério. E pensando nessa resposta podemos analisar o quão ricos são esses lugares. Já parou para pensar nas coisas que lá foram enterradas? Os livros que não foram escritos, as músicas que não foram cantadas, os quadros que não foram pintados, tampouco expostos, as maratonas que não foram corridas, as palavras que não foram ministradas, os sonhos que não foram realizados, as graduações que não foram concluídas, as pessoas que nunca foram libertas, ideias que não foram expressadas e nunca ajudaram ninguém, e o pior, o perdão que nunca foi liberado?
No cemitério elas jamais poderão ser realizadas! Você não nasceu para acrescentar riqueza ao cemitério! Todos foram criados com o propósito de ser um diferencial nesta terra, de ser um abençoador na vida do outro, de semear amor por onde passamos. Ninguém que nasce com propósito, morre cheio. Sim, isso mesmo, você não nasceu para morrer cheio!
Você, uma pessoa criada com um propósito, pelo Criador, nasceu para morrer vazio, pois todo o realizar deverá acontecer aqui na terra.
Viva o propósito que Deus tem para você. Complete a sua carreira. Guarde a fé... e deixe um legado. “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” I Tm 4:7
Seja alguém que realiza, vive uma vida de propósitos e influencia a outras.
Não acrescente riquezas ao cemitério!

Beeejo

P.s.: Texto inspirado na ministração PROPÓSITOS de Milles Munroe 

domingo, 9 de março de 2014

SOBRE O PERDÃO

Considerar perdoar alguém que te feriu muito, é fácil para você?
É fácil considerar perdoar alguém que tentou destruir a sua reputação, te lançou em um abismo de dor, traiu sua confiança, mentiu ao seu respeito ou para você, matou sua esperança? 
É fácil considerar a hipótese de perdoar?
Não. Não é. Mas é necessário, para o nosso bem e para o bem de quem nos ofendeu. 
Há quem pense que perdoar é fazer com que o outro se justifique, é fingir que esqueceu ou simplesmente deixar pra lá e seguir adiante como se nada tivesse acontecido. 
Perdoar vai muito além de esquecer e seguir em frente. Quando decidimos perdoar, deixamos de lado um fardo muito pesado de se carregar. A ferida aberta gera cansaço, que gera peso, que gera amargura. E não há quem suporte a amargura de um coração, nem nós, nem quem nos cerca. 
Perdoar é decidir não mais pensar na ofensa, tampouco em seu ofensor, é libertar-se desse peso. Você apenas direciona pensamentos que teria sobre ele(s), para o céu. O trabalho de recompensas e preços a serem pagos é de Deus, e não nosso. 
Perdoar rompe correntes e nos tira de prisões, à medida que liberta outras pessoas que nossas próprias correntes prendiam. 
Perdoe! Liberte! Liberte-se! 

Beeejo,

Soninha Nobre

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

ALEGRIA DA CHEGADA E DOR DA PARTIDA

Na ultima semana estive duas vezes no aeroporto esperando por pessoas queridas que estavam chegando. Enquanto aguardava fiquei observando pessoas que aguardavam os seus no portão de desembarque... e o resultado foi uma mistura de sensações.
Primeiro vi uma jovem que aguardava alguém enquanto roía a unha. No seu rosto pude ver ansiedade e alegria misturadas, e quando as portas se abriram ela sufocou um grito e correu para abraçar. Não sei se era sua mãe ou avó, mas a sensação que me passou foi única: saudade. 
Logo depois vi mãe e filhinha também ansiosas, aguardando. Quando um jovem senhor apontou pelo portão, a menininha correu e se abandonou em um abraço que durou muitos minutos. Era seu pai, e pelo que me pareceu, estava ausente por um bom tempo. Não consegui conter as lágrimas nesse momento, foi tudo tão sincero e saudoso. Em seguida ele a solta no chão, e os colegas que desembarcaram junto com ele ficaram sorrindo por um bom tempo, observando aquela cena digna de ser registrada. Ele segue em direção à sua esposa e a abraça com saudade, o beijo demorando se dissolve em vários, um atrás do outro até que explodiu em outro abraço bem mais demorado: saudade.
Por ultimo, vi um jovem sério que aparentava muito nervosismo e ansiedade, acompanhado de uma mulher que me parecia ser sua mãe. Quando uma jovem e linda moça aponta pelo portão de desembarque, o sorriso ecoou de forma gritante e por um instante e longo, ele esqueceu da mulher que estava ao seu lado e correu para um abraço de saudade. Seus olhos e os dela brilhavam e transmitiam um ao outro a alegria da chegada.
Mas também vi abraços vazios, sorrisos frios e apertos de mãos leves. Talvez a pessoa que chegasse não tivesse um grau de proximidade muito elevado, ou talvez nenhum, mas o que quero dizer é que a ausência consentida gera uma saudade com o conforto e ânsia de poder 'matá-la' em um futuro próximo, mas essa ausência também gera um tempo para se pensar e repensar certas coisas na nossa vida.
Mas assim como a alegria da chegada, também há a dor da partida. Existe aquela despedida que com um abraço diz: "essa foi a minha escolha (ou a sua), então, sejamos felizes. Seja feliz". Mas essa felicidade pode demorar um pouco a chegar, e enquanto não chega, convive-se com a ausência, a saudade, a incerteza e a dor de se estar longe.
O meu desejo é que você tenha mais alegrias da chegada do que dores de partida.

Beeejo,
Soninha Nobre

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

AMOR ERRADO



Sabe aquele amor gostoso, simples e aconchegante? É... aquele que cuida, que desassossega quando se ausenta um pouco, que não se contém de saudade? Humrum! Aquele mesmo, que faz com que o outro se perca nos abraços longos e protetores, e que te fazem se perder também. Exato! Ele mesmo, que te basta quando nada mais faz sentido. 
Pois é... Esse é o amor certo. Mas existe também o amor errado, o amar errado.
Amar errado não é totalidade, e o amor que não é amor em totalidade não serve. Ele tem que ser inteiro, não pela metade. 
O amor errado não tem tempo para uma boa conversa, uma longa conversa; o amor errado não fica para dar bom dia nem para opinar se a roupa que você vestiu ficou legal; não pega o jornal na porta para ler junto com você na mesa do café da manhã, tampouco passa um cafezinho para degustarem juntos; ele não pega na sua mão para dar uma volta no parque, e nem caminha na praia abraçadinho; o amor errado não manda flores para o seu trabalho, nem chega de surpresa na academia para dizer um oi; não fazendo tudo isso, ele também jamais sentaria com você para admirar um pôr do sol ou contemplar a magnitude da lua.  
De que serve um amor assim se não nos faz sentir amados?
O amor certo conserta o que é errado, o errado quebra algumas coisas certas que estavam no lugar; o amor certo gera cumplicidade e lealdade, o errado trai e mente; o amor certo se mostra, o errado esconde; o amor certo te faz sentir importante, o errado te faz sentir um objeto, um refúgio dos problemas por um espaço curto de tempo; o amor certo te faz sentir linda e especial, o errado te faz sentir inferior a tudo e a todos;
Amar certo corrige alguns erros de um amor errado do passado, enquanto amar errado destrói algumas coisas bonitas que restaram de uma experiência que passou. O amor errado não acredita em contos de fadas, o certo se inspira em algumas coisas, mesmo que fantasiosas. O amor errado não diz eu te amo pra todos saberem, mesmo que só importe à pessoa amada, o amor certo diz aos quatro cantos e ventos o que sente, e demonstra, e prova, e ama.
Amor que não é detalhe, não é amor inteiro. Amor em que um ama sozinho, não é amor completo. Amor que não permite juntar os sonhos, não é amor verdadeiro.
Desejo que você ame certo e tenha um amor certo. E se você ama e possui um amor errado, desejo um certo pra que você entenda e sinta o que um amor de verdade pode fazer na vida da gente... ele tem o poder de desobstruir, às vezes dói, mas limpa tudo! 

Soninha Nobre