domingo, 24 de dezembro de 2017

NÃO SEJA UM IDIOTA



Conforme os anos vão passando na vida da gente, enxergamos certas coisas com mais clareza. No auge da intensidade das emoções, dos sentimentos, somos incapazes de ver certos rompimentos como algo positivo, pois damos uma dimensão tão grande à dor, que os outros sentimentos ou noções lógicas ficam camuflados em meio a tantos dramas. Mas, por mais que o amadurecimento venha com o tempo e com aquelas boas pancadas que a vida nos dá, encerrar ciclos continua sendo uma das coisas mais difíceis que temos que enfrentar. Isso vale para os bem amadurecidos, tanto quanto para os que não o são.
Os bons relacionamentos foram criados para salvar a gente. Sério, de verdade. Quantos de nós já fomos salvos de uma encrenca por causa de um conselho amigo? Quantos saímos de um relacionamento abusivo, porque alguém que se importava muito conosco nos encorajou? Quantos já emplacaram uma carreira por apoio de alguém que torcia pela gente? Sim, os bons relacionamentos nos fazem ir além, em muitos casos. Mas, os maus relacionamentos também podem nos destruir. Sim. Não pense que me refiro àqueles que fazem relação ao uso de entorpecentes, ao mundo da criminalidade e por aí vai. Me refiro àqueles que nos fazem morrer à mingua em uma relação que, ao invés de criar bons laços, tornaram-se forcas.
Seguimos cultivando e levando relações doentias, respirando por aparelhos por investimento de um lado só – as famosas unilaterais, e cada vez mais infelizes. Qual o sentido de permanecer em um tipo de relação que só faz mal? Talvez, nessas primeiras linhas, você pense que tudo é muito pesado e radical, portanto, sigo dizendo: há relações que precisam acabar para não acabar com a gente.
Embora pareça brega, é bem verdadeiro o tal do “não é a distância que afasta as pessoas”, é o “tanto faz”, e ele é o câncer das relações.
O mundo anda uma loucura. É trabalho, casa, carreira, filhos (ou não), família (ou não), negócios, estudos, hobbies, e tantas outras coisas, e a gente ainda tem que lidar com mil tecnologias para nos deixar conectados uns aos outros. Precisamos levar em consideração que nem sempre temos tempo para encontrar ou conversar com todos, e, vamos combinar né? Essas redes sociais nos salvam muito. Mas nos destroem também. Em nenhuma outra época a tecnologia disfarçou tão bem a indiferença, e esta, modernizada ou não, segue matando tantas expectativas por aí. A grande verdade é que, hoje, o que mais afoga os sentimentos e entristece o coração, chama-se indiferença. É a mãe que é a última a saber de uma conquista do filho; o amigo que é excluído da lista de casamento; o irmão que não partilha da vida com o outro; atitudes que vão mostrando que a pessoa se importa menos com você do que você realmente merece. A indiferença nada mais é que a terrível arte da desafetação ou desdém, como preferir.
Pratica a indiferença quem não se importa com o próximo. E isso não é radicalismo, uma vez que ela, a indiferença, é a famosa espada de dois gumes que uma hora você corta, outra hora corta você. Praticar a ‘indiferença’ é praticar a ‘desumanidade’, pois, um vez praticada, faz do outro ou da questão, qualquer coisa, bem assim, “qualquer”.
Ignorar pode ser desrespeitoso. Não é preciso uma pessoa morrer de amores por outra, mas se há relacionamento, há que se ter consideração e respeito. Sejamos gentis. Honestos uns com os outros.
Talvez realmente o texto soe pesado, e até seja mesmo, mas considere-me uma pessoa que te quer bem, mesmo não te conhecendo a fundo, simplesmente por dizer-lhe essas palavras: há relações que precisam acabar para não acabar com a gente.
Volto a dizer: Não é a distância que separa as pessoas. É o tanto faz. 
Eu odeio que me mande repetir frases, mas vamos nessa, repita comigo: há relações que precisam acabar para não acabar com a gente. 
É preciso entender que nem todo afastamento é ruim.
Se é verdade que a indiferença pode destruir bons sentimentos, então também é bem verdade que o final desse tipo de relação pode revigorá-los, mesmo parecendo o fim.
E, por fim, e com o intuito de nos ajudar (me incluo nessa), vamos a alguns passos importantes para ter bons relacionamentos: 
1-    Coloque todo o seu coração em tudo. Do outro lado pode ter alguém totalmente desprovido de sentimentos bons;
2-    É preciso entender que todo o tipo de relacionamento, seja ele profissional/afetivo/amoroso/ministerial, ou outros que eu não tenha citado nessa relaçãozinha, é imprescindível que haja RESPEITO;
3-    E, por último, e não menos importante do que os anteriores e dos que não foram mencionados aqui: NÃO SEJA, em hipótese alguma, de jeito nenhum, nem pensando, nem morto, vivo, nem que o mundo esteja sendo destruído por fogo, meteoros, terremoto, ou o que seja: NÃO SEJA UM IDIOTA.

Feliz 2018, gente!